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domingo, 27 de fevereiro de 2011

São Luiz do Paraitinga - Solidariedade entre amigos - Documentário Exclusivo

A um ano atrás, esse evento foi realizado em prol das vitimas das chuvas em São Luiz do Paraitinga, esse projeto foi além de um gesto de caridade, serviu também como uma observação do que um acidente natural pode fazer em um patrimonio historico e cultural, assim como futuros historiadores,

São Luiz do Paraitinga, foto de 2005


1º- Os Fatos
 Foi entre Dezembro a Janeiro de 2009/10 que as chuvas torrenciais de verão causaram prejuízos em muitas cidades do estado de São Paulo, dentre elas, São Luiz do Paraitinga que sofreu destruições de formas irreparáveis ao seu patrimônio histórico e artístico. Vários casarões tombados dos séculos XVIII, XIX e começo do XX foram danificados completa ou parcialmente. A cidade teve 75% do centro histórico inundado pelo rio Paraitinga, o excesso de água desgastou as estruturas rústicas feitas de barro (pau a pique) dos antigos imóveis que vieram ao total colapso. Entre as clássicas construções da cidade, as igrejas: Matriz (fotos a esquerda e a direita antes de depois do incidente) e a Nossa Senhora das Mercês ficaram apenas escombros, não sobrando nada dos cartões postais da cidade.
Apesar de toda destruição, apenas foi registrado uma fatalidade (uma vitima de soterramento). Contudo, toda cidade permanece em estado de luto. A tristeza esta estampada no rosto de cada morador da cidade é visível. Os famosos blocos de carnaval, com suas típicas marchinhas e os gigantescos bonecões, tiveram suas apresentações canceladas em fevereiro, época que o turismo chegava a receber mais de 100.000 pessoas durante as festividades carnavalescas. Outros eventos como a Festa do Divino, Semana da Canção Brasileira (outro evento de reconhecimento nacional) e a Festa do Saci (o Halloween da cidade) serão realizados com intuito solidário.
Solidário foi a realizações de diversas comunidades e ONGs em todo o país em prol dos problemas de São Luiz, ações feitas como doações de mantimentos, roupas, produtos de limpeza, brinquedos, etc; para os desabrigados da cidade, os Governos do Estado e Federal incumbiram de restaurar os estragos nos monumentos, porém as previsões do termino das obras possam levar vários anos, mas o trabalho comunitário não terá fim, enquanto São Luiz do Paraitinga e seu povo ainda precisar da colaboração amiga.


2º A Oportunidade
Não é a primeira vez que vou para São Luiz do Paraitinga, mas desta vez vou por um causa mais nobre, os fatos ocorridos naquela cidade comoveram todo o país e profundamente em minha vida, pois além de simples turistas, eu e minha companheira conseguimos a amizade de muita gente daquele povoado e a tragédia nos deixaram preocupados pelas condições que essas pessoas ficaram. Nosso primeiro instinto foi de ir para lá e ajudar de qualquer forma possível.
Meu cunhado Alessandro, que é presidente do Fusca Clube de Bragança me ofereceu uma oportunidade de transportar daqui da região bragantina mantimentos para atender as necessidades dos desabrigados de SLP. Neste caso, minha companheira não pode ir, mas também ela ficaria muito chocada e comovida pelas circunstancias das cenas que presenciei que logo narrarei nesse texto. Contudo, essa comitiva contava não só com o Fusca Clube Bragantino, como integrariam os clubes de Joanópolis e de Jacareí.


3º A Viagem
Foi no domingo de 28 de Fevereiro, as 6:00 da manha que partimos de Bragança, com apenas quatro veículos. O trajeto foi da Rodovia Fernão Dias até Atibaia, entrando pela Rodovia D. Pedro I, por lá encontramos um fusca do representante do clube daquela cidade que também forneceu mantimentos, mas não participou da viagem (?). Prosseguindo a D. Pedro chegamos à Rodovia Pres. Dutra, já em Jacareí unimos com a comitiva do Fusca Clube de Jacareí que contava com mais integrantes e um veículo utilitário com mais mantimentos em sua carga.
Vista principal da cidade
Por duas horas e meia de uma divertida viagem atingimos a cidade de São José dos Campos, acesso para a Rodovia Oswaldo Cruz, caminho para o litoral Norte do estado e também para a cidade de São Luiz do Paraitinga.



  
4º A Chegada
Av. Ver. José P. de Souza, interditada
Depois de uma hora de viagem pela Oswaldo Cruz, chegamos a pequena cidade de SLP. Já na primeira entrada o acesso estava interditada por obras, tivemos que contornar de novo para a rodovia até entrar na segunda entrada da cidade (avenida Ver. José Pinto de Souza). Logo na ponte que corta o rio Paraitinga a imagem de destruição estava em toda parte, barrancos desmoronados, árvores derrubadas, casas e muros demolidos (fotos abaixo). As expressões de angustia e tristeza dos moradores eram visíveis.
Igreja do Rosário
Depois, de percorrer a avenida, chegamos as proximidades da igreja do Rosário (a única que salvou da enchente, porém também esta interditada). Lá fomos entregar os mantimentos para a residência do vigário da cidade, apesar da ausência da autoridade religiosa, fomos recepcionados pela empregada que recebeu toda a mercadoria no pátio da casa. Sacolas, sacos e caixas com materiais de higiene e limpeza brinquedos, roupas, e alimentícios foram entregues com toda consideração e humildade



5º A Cidade
Após deste ato de solidariedade, tiramos fotos de todos os colaboradores e conversamos com alguns moradores do local sobre como está a situação de restauração do município, as providências tomadas pelas autoridades governamentais, e principalmente o cotidiano das pessoas. De fato, a situação de restauração e as obras exigiam mais tempo por causa das fundações serem muito antigas, uma equipe de restauradores, engenheiros, arquitetos e historiadores tanto contratados ou voluntários participavam na recuperação da cidade, o governo público estava providenciando novas moradias aos desabrigados em região mais afastada do centro da cidade, já a situação dos São Luisenses é mais delicada, a cidade esta de certa forma, abandonada, boa parte dos moradores estão desolados, os moradores dos locais mais afetados pela enchente estão alojados em prédios públicos, outros estão em casas de parentes ou amigos e “muitos” mudaram para outras cidades, como Taubaté e São José dos Campos. É um fato triste para uma cidade que esbanjava beleza e alegria.
Já no Mercado municipal, localizado as margens do rio Paraitinga (principal pivô da inundação) as cenas do acumulo das águas estava presente nas paredes de seis metros de altura do estabelecimento, por alguns centímetros as águas não chegaram ao telhado, em seu interior as barracas e os boxes comerciais tinham perdidos todos os produtos artesanais e industrializados. Ao redor do rio Paraitinga, mais destruição nas encostas, as árvores foram arrancadas pela força das águas. É cenas realmente muito impressionantes.
Por fim, depois de entregar os suprimentos e circular por todo o centro da cidade, fomos embora com sentimentos de tristeza e amargura no intimo de cada um, apesar da impotência diante de tamanha devastação da natureza, por outro lado, fizemos uma pequena ação significante, provando que podemos ser solidários não importando o momento, mas por um bem comunitário entre todos nós.
Matéria produzida por Dave Mambera em 29/05/2010
Fotos: Bragança Fusca Clube
Agradecimentos ao Alessandro Pazeto, Giba e ao Richard (Grilo)

Você sabe quantos filmes já ganharam o Academy Awards® ?


Considerado uma premiação gloriosa por uns e uma grande cascata para outros o Academy Awards ®  ("Oscar" para os populares) Leva a história do cinema por 82 anos, Nesse domingo dia 27 mais um filme entrará nessa lista abaixo:


Ano Nome do Filme no Brasil / Nome do Filme Original
  1. 2010 Guerra ao terror / The Hurt Locker
  2. 2009 Quem quer ser um milionário? / Slumdog Millionaire
  3. 2008 Onde os fracos não tem vez / No Country For Old Men
  4. 2007 Os infiltrados / The Departed
  5. 2006 Crash – no limite / Crash
  6. 2005 Menina de ouro / Million Dollar Baby
  7. 2004 O Senhor dos Anéis: o retorno do rei / The Lord of the Rings: The Return of the King
  8. 2003 Chicago / Chicago
  9. 2002 Uma mente brilhante / A Beautiful Mind
  10. 2001 Gladiador / Gladiator
  11. 2000 Beleza americana / American Beauty
  12. 1999 Shakespeare apaixonado / Shakespeare in Love
  13. 1998 Titanic / Titanic
  14. 1997 O paciente inglês / The English Patient
  15. 1996 Coração valente / Braveheart
  16. 1995 Forrest Gump / Forrest Gump
  17. 1994 A lista de Schindler / Schindler’s List
  18. 1993 Os imperdoáveis / Unforgiven
  19. 1992 O silêncio do inocentes / The Silence of the Lambs
  20. 1991 Dança com lobos / Dances with Wolves
  21. 1990 Conduzindo Miss Daisy / Driving Miss Daisy
  22. 1989 Rain Man / Rain Man
  23. 1988 O último imperador / The Last Emperor
  24. 1987 Platoon / Platoon
  25. 1986 Entre dois amores / Out of Africa
  26. 1985 Amadeus / Amadeus
  27. 1984 Laços de ternura / Terms of Endearment
  28. 1983 Gandhi / Gandhi
  29. 1982 Carruagens de fogo / Chariots of Fire
  30. 1981 Gente como a gente / Ordinary People
  31. 1980 Kramer vs. Kramer / Kramer vs. Kramer
  32. 1979 O franco-atirador / The Deer Hunter
  33. 1978 Noivo neurótico, noiva nervosa / Annie Hall
  34. 1977 Rocky, um lutador / Rocky
  35. 1976 Um estranho no ninho One Flew Over the Cuckoo's Nest
  36. 1975 O poderoso chefão II / The Godfather II
  37. 1974 Golpe de mestre / The Sting
  38. 1973 O poderoso chefão / The Godfather
  39. 1972 Operação França / The French Connection
  40. 1971 Patton — rebelde ou herói? / Patton
  41. 1970 Perdidos na noite / Midnight Cowboy
  42. 1969 Oliver! / Oliver!
  43. 1968 No calor da noite / In the Heat of the Night
  44. 1967 O homem que não vendeu sua alma / A Man for All Seasons
  45. 1966 A noviça rebelde / The Sound of Music
  46. 1965 My Fair Lady / My Fair Lady
  47. 1964 Tom Jones / Tom Jones
  48. 1963 Lawrence da Arábia / Lawrence of Arabia
  49. 1962 Amor sublime amor / West Side Story
  50. 1961 Se meu apartamento falasse / The Apartment
  51. 1960 Ben Hur / Ben-Hur
  52. 1959 Gigi / Gigi
  53. 1958 A ponte do Rio Kwai / The Bridge on the River Kwai
  54. 1957 A volta ao mundo em 80 dias / Around the World in Eighty Days
  55. 1956 Marty / Marty
  56. 1955 Sindicato de ladrões / On the Waterfront
  57. 1954 A um passo da eternidade / From Here to Eternity
  58. 1953 O maior espetáculo da Terra / The Greatest Show on Earth
  59. 1952 Sinfonia de Paris / An American in Paris
  60. 1951 A malvada / All About Eve
  61. 1950 A grande ilusão / All the King’s Men
  62. 1949 Hamlet / Hamlet
  63. 1948 A luz é para todos / Gentlemen’s Agreement
  64. 1947 Os melhores anos de nossas vidas / The Best Years of Our Lives
  65. 1946 Farrapo humano / The Lost Weekend
  66. 1945 O bom pastor / Going My Way
  67. 1944 Casablanca / Casablanca
  68. 1943 A rosa da esperança / Mrs. Miniver
  69. 1942 Como era verde o meu vale / How Green Was My Valley
  70. 1941 Rebecca - A mulher inesquecível / Rebecca
  71. 1940 ... E o vento levou / Gone With the Wind
  72. 1939 Do mundo nada se leva / You Can't Take It with You
  73. 1938 Émile Zola / The Life of Émile Zola
  74. 1937 O grande Ziegfeld / The Great Ziegfeld
  75. 1936 O grande motim / Mutiny on the Bounty
  76. 1935 Aconteceu naquela noite / It Happened one Night
  77. 1934 Cavalgada / Cavalcade
  78. 1933 Grande Hotel / Grand Hotel
  79. 1932 Cimarron / Cimarron
  80. 1931 Sem novidades no front / All Quiet on the Western Front
  81. 1930 Melodia na Broadway / The Broadway Melody
  82. 1929 Asas / Asas

 Fonte: Cinemania

Clemente V e o Cativeiro de Avignon (1309 – 1377) e o Grande Cisma do Ocidente

Cremente V
Bertrand de Got, arcebispo de Bordeaux (1297-1305), homem de estreita confiança de Filipe de Valois, foi eleito papa em 1305, como sucessor de Bento XI, após o longo conclave de Perúgia, como homem de consenso: sempre havia sido submisso ao papa Bonifácio VIII e também amigo do rei da França, Filipe, o Belo, inspirador do ultraje de Anagni. Adotou o nome de “Clemente V”.
O antecessor de Clemente V, o papa Bento XI, havendo desobedecido a ordens expressas do monarca Filipe de Valois (Filipe “O Belo”), foi atacado e sofreu uma tentativa de seqüestro de seu refúgio em Agnani a fim de ser conduzido à França para ser julgado por heresia. Bertrand de Got apoiou – segundo alguns Autores foi mesmo o inspirador – tal iniciativa...
Alegando que a cidade de Roma, dominada pelos conflitos entre as famílias nobres, não oferecia mais segurança ao papa, Clemente V, em 1309 foi, “a convite” de Filipe de Valois para Avignon, França, onde se fixou definitivamente. Nessa época tem início o chamado de “Cativeiro de Avignon” em lembrança do bíblico “Cativeiro Babilônico”.
Abjetamente subserviente ao monarca francês, foi coroado em Lyon na presença de Filipe, que sempre o dominou. A primeira conseqüência de sua fragilidade em relação ao rei da França foi a transferência da sede do papado de Roma para Avignon, início do chamado “Cativeiro de Avignon”. Atendendo aos insistentes pedidos de Filipe, Clemente canonizou o papa Celestino V e iniciou um processo contra o falecido papa Bonifácio VIII que, segundo as intenções do rei, deveria ter terminar com a sua condenação, o que não aconteceu em virtude da vigorosa atuação dos Cardeais. Segundo a Lei Canônica da Época, o cadáver de Bonifácio VIII deveria ser exumado e, se considerado efetivamente culpado de heresia, seria queimado na fogueira...
Papa Urbano V

Foi um período difícil para a Igreja e teve como o pior fruto, a imagem de um papa não como um pai universal, e sim, uma espécie de capelão do rei da França. Foram sete papas franceses e também a maioria dos cardeais.
Além disso, para fazer frente à construção e manutenção da corte papal, aumentaram-se exageradamente os impostos e as taxas. Tudo era vendido a alto preço: nomeações, graças, indulgências e dispensas. Os ânimos católicos se distanciam da Cúria e surge sempre mais forte o grito: “A Igreja tem que ser reformada”. A autoridade do papa decaiu muito com o excesso de excomunhões, lançadas por motivos quase que exclusivamente políticos. Durante 20 anos toda a Alemanha ficou sob excomunhão. Em 1328 um patriarca, 5 arcebispos e 30 bispos foram excomungados. São João d’Ávila deplorava que nas paróquias, em cada festa, fossem anunciadas de 7 a 10 excomunhões.
As vozes que amavam a Igreja e Roma se faziam ouvir cada vez mais alto: “quer-se a liberdade da Igreja, a liberdade do Papa, um Papa universal.” Duas santas mulheres fizeram eco a essa necessidade universal: Brígida da Suécia e Catarina de Sena. Catarina, jovem, analfabeta, mística e santa, assumiu como vocação fazer o papa retornar a Roma. Escrevia-lhe até palavras duras: “Seja homem, paizinho! Não tenha medo”. Foi a Avignon e ali pôde constatar a corrupção da Cúria que ela dizia, “cheirar muito mal, com o mesmo mau cheiro de Roma”. Garantiu a segurança da transferência papal e, em 1367, Urbano V ingressou triunfalmente na Roma papal. Era tamanha a desordem na cidade, que o bom papa fugiu para a França. Seu sucessor, Gregório XI (1370-1378), retornou a Roma em 1377 e fez do Vaticano a residência papal oficial. Santa Catarina passou a viver em Roma e quase que diariamente ia ao Vaticano, rezar pelo Papa e pela Igreja.
Como não poderia deixar de acontecer, o Cativeiro de Avignon deu azo ao Grande Cisma do Ocidente, com dois papas católicos romanos, um em Roma e outro em Avignon excomungando-se mutuamente...

O Cisma do Ocidente (1378 – 1417)
Contra Urbano VI, papa legítimo, é eleito Clemente VII como antipapa residente em Avignon. Papas e antipapas se sucediam e se excomungavam, a ponto de se ter a impressão de que toda a cristandade estivesse excluída da Igreja. Foi o Grande Cisma, que fez a Igreja num certo período ter três papas! Os cristãos, e mesmo os sábios e santos, não tinham mais muita clareza sobre quem era o papa verdadeiro.
França, Espanha e Escócia reconheciam Clemente VII como papa legítimo; Itália, Inglaterra, Irlanda, Boêmia, Polônia, Hungria e Alemanha reconheciam Urbano VI. E os santos? Santa Catarina de Sena apoiava Urbano VI e chamava de demônios encarnados os eleitores de Clemente VII; já São Vicente Ferrer reconhecia como verdadeiro papa a Clemente VII. Certamente, para o povo, era mais difícil ter alguma certeza.
Papa Cremente VII
Urbano VI
Para salvar a unidade da Igreja, alguns teólogos passaram a defender a Teoria Conciliar: os bispos reunidos em Concílio detêm o poder da Igreja, acima do Papa. No fundo, o que se queria era garantir a eleição de um único e legítimo papa e recuperar a unidade eclesial.
Somente o Concílio de Constança (1414-1418) conseguiu acabar com o Cisma, com a eleição unânime de Martinho V (1417-1431) após a renúncia do papa legítimo Gregório XII.

Conseqüências
Após tantos conflitos, divisões, papas sem visão pastoral e universal, não é de se estranhar que, aos olhos do povo cristão, uma Igreja nacional, controlada pelo poder do Estado, fosse a melhor solução. Isso aconteceu e foi uma das causas que explicou o sucesso da Reforma Protestante na Europa.
Na França, em 1438 se ratificou como lei estatal a Teoria Conciliar, a proibição de apelar para Roma como última instância, limitações dos direitos da Santa Sé nas nomeações para ofícios e benefícios na França. Somente em 1905, o Papa voltou a nomear os bispos franceses.
Na Alemanha, os príncipes usurparam a jurisdição eclesiástica em seus territórios com a imposição de taxas sobre os bens eclesiásticos. O sentimento anti-romano era muito forte, cunhando-se até a expressão “doutor em Roma, burro na Alemanha”.
Na Inglaterra, a descrença em relação a Roma se fortaleceu com o Cativeiro de Avignon: aos olhos dos ingleses o papa era instrumento do soberano francês contra quem a nação inglesa se empenhou em longa e violenta luta. Vários decretos do século XIV negam ao papa o direito de nomeação para os ofícios eclesiásticos ingleses, proíbem o apelo a Roma e a introdução das Bulas papais. De fato, a Igreja inglesa era independente de Roma.
Na Espanha, a unidade religiosa foi considerada básica para a unidade nacional. Em 1478 nasceu a Inquisição Espanhola sob controle estatal. Em 1492, com a reconquista dos domínios muçulmanos – o reino de Granada – ao sul da Península Ibérica e a conquista da América, Portugal e Espanha adquirem o direito do Padroado, pelo qual assumiram o governo da Igreja.
Esses fatos podem explicar, em parte, o porquê da tragédia religiosa do século XVI, quando um frade reformador, Martinho Lutero, provocou a divisão religiosa e política da Europa cristã. Séculos de relaxamento pastoral no coração da Igreja Romana afastaram numerosos povos e nações. Lutero simbolizou, com seu gesto, as numerosas gerações que clamavam pela reforma da Igreja.
Fonte: http://www.culturabrasil.pro.br/
Fotos: Google imagens

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Coisa para gringo ver? Não! É a Independência dos EUA! Ou um tapa na orelha no colonialismo!

Uma matéria importante sobre a transformação da era Contemporânea é a Independência
A independência dos Estados Unidos serviu como um ponto de referência no processo político e econômico que resultou no fim o antigo regime colonial. Por causa disso desenvolveu-se na América do Norte um tipo de regime político renovado: a República, baseada na democracia representativa.

"_We goes kick your red ass!"
Aqui um colono esta sendo delicado
com as tropas britanicas
Os Estados Unidos teve origem com trezes colônias inglesas na América, isto a partir do século XVII. Num período de dois séculos, foi reunido mais de 2 milhões de habitantes. Entre colônias do Norte e do Sul havia grandes diferenças. Isto porque nas colônias do norte, a estrutura administrativa era baseada em uma ocupação de pequenas propriedades e colonos livres; nas do sul, era o oposto: grandes fazendas de produtos tropicais, cultivados por escravos africanos. Mesmo com essas diferenças,e como conseqüência, os vários conflitos resultantes, não impediu a formação de uma nação soberana e unificada.
As colônias do Norte e do Centro tiveram um desenvolvimento bem deferente das do Sul. Nestas regiões predominavam as pequenas e medias propriedades. O trabalho era livre, exercido por colonos que fugiram da Europa por motivos políticos ou religiosos.
Por causa do clima da região, os produtos agrícolas eram semelhantes aos cultivados na Europa, isto gerava pouca lucratividade. Isso enfraqueceu o comércio com a metrópole, pois, não havendo cargas que fossem e viessem da metrópole para colônia e vice e versa, o frete ficava caro. Apesar de proibida a existência de manufaturas, os ingleses permitiriam aos colonos do centro-norte uma certa autonomia econômica.
Manufaturas e policulturas trouxeram desenvolvimento econômico. O excedente logo passou a ser comercializado com as colônias do Sul, abastecidas até então pela metrópole. A região Sul, por ser mais próxima dos trópicos, passou a se especializar no cultivo de produtos como tabaco, anil e algodão, destinados a exportação. O comércio de produtos tropicais dava muitos lucros para a camada dominante. Essa forma de exploração também afetou a estrutura da propriedade e das relações de trabalho. Ali predominavam a grande propriedade, a monocultura e o trabalho escravo.
As atividades comerciais dos colonos do Norte ultrapassaram as fronteiras da nova Inglaterra. Começam a surgir os triângulos comerciais. O de mais destaque foi o que envolvia a exportação de peixe, gado e produtos alimentícios para as Antilhas. Lá, os colonos-comerciantes compravam melaço, rum e açúcar. Em Nova York e na Pensilvânia, transformavam o melaço em mais rum, que trocavam por escravos na África. Estes eram vendidos nas Antilhas ou nas colônias do Sul.
Outro triangulo começava na Filadélfia, Nova York, com carregamentos trocados na Jamaica por melaço e açúcar. Esses produtos eram levados para a Inglaterra e trocado por tecidos e ferragens, que eram trazidos para a Filadélfia.
As leis inglesas de navegação não tinham como proibir o desenvolvimento das colônias do Norte, isto porque estas leis não tinham como ser aplicadas. Mas quando o comercio colonial começou a concorrer com o metropolitano, naturalmente começaram a surgir atritos que resultaram na emancipação das treze colônias.

A reação da metrópole
O crescimento do comercio colonial começou a preocupar a Inglaterra, isto induziu a uma mudança na política. Outro dado importante que contribuiu para a mudança: foi a Guerra do Sete Anos (1756-1763), entre ingleses e franceses. Como a Inglaterra venceu, ela se apossou de grande parte do território colonial Francês.
Ao mesmo tempo, o Parlamento inglês decidiu aumentar as taxas e os direitos da Coroa na América, para assim pagar parte dos custos da guerra. Esta medida tinha como objetivo também punir os colonos, porque durante a guerra, eles aproveitaram para fazer negócios com os franceses no Canadá e nas Antilhas e ainda cederam homens e recursos materiais aos inimigos.
George Grenville, primeiro-ministro inglês, decidiu colocar nas colônias uma força militar de 10 mil homens. O Parlamento também aprovou duas leis para arrecadar mais dinheiro as: Lei do Açúcar (1764) e a Lei do Selo (1765).
» Lei do Açúcar: esta lei estabelecia novas taxas alfandegárias sobre grande quantidade de produtos estrangeiros, entres estes estavam o melaço antilhano, que era importante para a fabricação de rum e açúcar.
» A Lei do Selo: esta lei exigia que fossem colocados selos em documentos legais, contratos comerciais, jornais e até em baralhos. Esta lei desagradou muito aos colonos, que protestaram, e fizeram uma reunião em Nova York, em 1765, o Congresso da Lei do Selo, que, mesmo afirmando serem fieis a Coroa, decidiram boicotar o comercio inglês. O resultado foi a revogação desta lei e a redução das taxas sobre o melaço.
Havia problemas não só de ordem econômica, mas também intelectual, pois a elite norte-americana e muitos dos colonos estavam sendo influenciados pelos ideais iluministas. Essas pessoas tinham o sonho da formação de um novo país, independente e livre.
Os colonos continuaram a contestar o direito legislativo do Parlamento inglês, recusando-se a cumprir a Lei do Aquartelamento (1765). Lei que exigia aos colonos que contribuíssem com alojamento, comida e transportes para as tropas inglesas enviadas as colônias.
Em 1767, o novo primeiro-ministro, Charles Townshend, fez mais uma exigência: que os colonos pagassem mais impostos sobre produtos importados. estes foram chamados Atos Townshed. A resposta dos colonos foi o boicote as mercadorias inglesas. Por causa disso, em 1770, foram abolidos os Atos Townshend, menos o imposto referente ao chá.
Devido o aumento de taxas tributárias,
alguns colonos disfarçados de índios
despejaram a carga de chá no rio
Boston. (Mas tarde iam acabar
tomando um cafézinho brasileiro.)
A crise teve o auge em 1773, porque a Lei do Chá dava o monopólio desse comercio a Companhia das Índias Orientais. A Companhia transportaria o chá diretamente das índias para América. Esta atitude deu grandes prejuízos aos colonos norte-americanos.
Mesmo assim o Parlamento ainda reagiu, pois em maio de 1774, o porto de Boston foi interditado até o pagamento dos prejuízos; Massachusetts e Boston ficaram sob controle militar.
Até 1763, o governo inglês tinha incentivado o povoamento a oeste das colônias, com o objetivo de combater as pretensões de invasão dos franceses e espanhóis.
Como a situação não estava de agrado do governo inglês, este resolveu mudar sua política no que diz respeito a ocupação das terras a oeste das treze colônias, já que a guerra dos sete anos havia acabado e agora as terras estavam em seu poder. Então em 1763, o governo proibiu a ocupação dessas terras por mais colonos norte-americanos. Então, em 1774, publicou o Ato de Quebec, onde toda a região do Ohio e do noroeste passou a ser da província de Quebec (no atual Canadá).
O resultado destas novas leis foi a falência dos primeiros colonos que, para pagar suas dívidas tiveram de vender suas propriedades e avançar em direção ao Oeste em busca de novas terras.
Em 1764, teve a Lei da Moeda, que proibia a emissão de dinheiros na colônia, isto servia para limitar a alta de preços dos produtos agrícolas e tornavam mais difícil a situação dos plantadores.

A Guerra de Independência Americana (1776-1783)

Aqui a apresentação da carta da declaração de
 independência (mais a conta do restaurante)
 Os representantes dos colonos ficaram revoltados com as leis extremistas da metrópole, por isso reuniram no Primeiro Congresso Continental de Filadélfia, realizado em setembro de 1774.
Este congresso não tinha caráter não-separatista, mas foi decido enviar uma petição ao rei e ao parlamento inglês, com um pedido de revogação daquelas leis, em nome da igualdade de direitos dos nortes-americanos.
O Segundo Congresso Continental de Filadélfia, em maio de 1775, já assumia posições claramente separatistas. Em junho de 1776, a Virginia tomou a iniciativa de proclamar sua independência, por publicar uma Declaração dos Direitos Humanos. Para chefiar a resistência, foi nomeado George Washington. Em 4 de julho de 1776, quando estavam todos reunidos na Filadélfia, os delegados de todos os territórios promulgaram a Declaração da Independência redigida por Thomas Jefferson, com mudanças introduzidas por Benjamin Franklin e Samuel Adams.
A Guerra de Independência iniciou em março de 1775, quando Boston foi tomada pelos norte-americanos. Um problema enfrentado pelas forças rebeldes foi a falta de organização. Pois cada região encarava a guerra de um ponto de vista. Por exemplo: Os colonos canadenses permaneceram fiéis a Inglaterra. Os voluntários do exercito, alistados por um ano, quando vencia o seu tempo abandonavam a luta para cuidar de suas colheitas. Os oficiais, geralmente eram estrangeiros, e não se sentiam tão envolvidos no conflito.
A conseqüência foi a derrota em Nova York. Mas na Filadélfia os colonos ganharam novos ânimos, quando venceram a batalha de Saratoga.
Na França, a monarquia francesa estava muito interessada nos acontecimentos na América, pois eles colocavam em dificuldades sua grande inimiga, a Inglaterra.
Os norte-americanos tinham a certeza que somente com o apoio de alguma potência européia teriam forças para enfrentar com sucesso as forças inglesas.
"Rema, rema o seu barquinho..."
Aqui George Washington navegando
no rio Delaware, e os pobres coitados
abaixo quebrando o gelo (literalmente)
O resultado da batalha de Saratoga acabou por dar uma espécie de garantia à França de que seria vantajoso para ela apoiar os norte-americanos, então em fevereiro de 1778, estabeleceu com o Congresso norte-americano um tratado de amizade, aliança e comércio. Este acordo assegurava aos rebeldes o apoio francês em homens, armas e dinheiros.
Com a ajuda marítima francesa, a guerra estendeu-se até o Caribe e as Índias. Em 1779, La Fayette conseguiu o envio para o território americano de 7500 franceses comandados pelo general Rochambeau. Nesse mesmo ano, a França conseguiu o apoio da Espanha para entrar na luta contra a Inglaterra. Em 1783, a Inglaterra sem mais nenhuma opção teve de reconher a independência dos Estados Unidos da América pelo Tratado de Versalhes. As fronteiras do novo país foram assim bem estabelecidas, a saber: ao noroeste, nos Grandes Lagos; a oeste, no rio Mississipi.
Em 1787, foi proclamada a Constituição norte-americana. baseada no espírito do Iluminismo, a Carta Constitucional definia o Estado como Republica Federativa presidencialista, esta estabelecia a existência de três poderes independentes: Executivo, Legislativo e Judiciário.
O chefe do executivo seria o Presidente da Republica, eleito pelo período de quatro anos por representantes das Assembléias dos cidadãos( o povo).
Comporiam o Legislativo, ou Congresso: a Câmara dos representantes, com delegados da cada estado proporcional ao número de sua população; e o Senado, com dois representantes por estado. O congresso ficaria com a função de votar leis e orçamentos. Uma Corte Suprema composta por nove juizes indicados pelo presidente resolveria os conflitos entre os estados e entre estes e a União.
Aqui a namorada do nosso vinking
fazendo uma homenagem da independência
ao estilo americano! Ieba!!!
Fonte: http://www.juliobattisti.com.br/
Piadinhas infamês: O Bruto (como sempre)

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Pague ou Não vai pro céu! O pedágio imposto pelo papa Leão X

Um assunto que brevemente estará nas páginas do bruto é a reforma protestante, mas um dos motivos que causaram sua origem foi uma taxa tributária criada por Giovanni de Medici, O papa Leão X. Mas como foi esse pedágio dívino que deu uma guinada na história? Leia essa matéria e entenda que naquela época, subornar podia ganhar um par de asinhas e aréola na cabeça.

Uma parte é para garantir uma vaguinha
no céu e a outra é para fazer um puxadinho
  para churrascos na capela cistina.
Taxa Camarae é um tarifário promulgado, em 1517, pelo papa Leão X (1513-1521) destinado a vender indulgências, ou seja, o perdão dos pecados, a todos quantos pudessem pagar umas boas libras ao pontífice. Como veremos na transcrição que se segue, não havia delito, por mais horrível que fosse, que não pudesse ser perdoado a troco de dinheiro. Leão X declarou aberto o céu para todos aqueles, fossem clérigos ou leigos, que tivessem violado crianças e adultos, assassinado uma ou várias pessoas, abortado… desde que se manifestassem generosos com os cofres papais.


Vejamos o seus trinta e cinco artigos:
  • 1.O eclesiástico que cometa o pecado da carne, seja com freiras, seja com primas, sobrinhas ou afilhadas suas, seja, por fim, com outra mulher qualquer, será absolvido, mediante o pagamento de 67 libras, 12 soldos.
  • 2.Se o eclesiástico, além do pecado de fornicação, quiser ser absolvido do pecado contra a natureza ou de bestialidade, deve pagar 219 libras, 15 soldos. Mas se tiver apenas cometido pecado contra a natureza com meninos ou com animais e não com mulheres, somente pagará 131 libras, 15 soldos.
  • 3.O sacerdote que desflorar uma virgem, pagará 2 libras, 8 soldos.
  • 4.A religiosa que quiser alcançar a dignidade de abadessa depois de se ter entregue a um ou mais homens simultânea ou sucessivamente, quer dentro, quer fora do seu convento, pagará 131 libras, 15 soldos.
  • 5.Os sacerdotes que quiserem viver maritalmente com parentes, pagarão 76 libras e 1 soldo.
  • 6.Para todos os pecados de luxúria cometido por um leigo, a absolvição custará 27 libras e 1 soldo; no caso de incesto, acrescentar-se-ão em consciência 4 libras.
  • 7.A mulher adúltera que queira ser absolvida para estar livre de todo e qualquer processo e obter uma ampla dispensa para prosseguir as suas relações ilícitas, pagará ao Papa 87 libras e 3 soldos. Em idêntica situação, o marido pagará a mesma soma; se tiverem cometido incesto com os seus filhos acrescentarão em consciência 6 libras.
  • 8.A absolvição e a certeza de não serem perseguidos por crimes de rapina, roubo ou incêndio, custará aos culpados 131 libras e 7 soldos.
  • 9.A absolvição de um simples assassínio cometido na pessoa de um leigo é fixada em 15 libras, 4 soldos e 3 dinheiros.
  • 10.Se o assassino tiver morto a dois ou mais homens no mesmo dia, pagará como se tivesse apenas assassinado um.
  • 11.O marido que tiver dado maus tratos à sua mulher, pagará aos cofres da chancelaria 3 libras e 4 soldos; se a tiver morto, pagará 17 libras, 15 soldos; se o tiver feito com a intenção de casar com outra, pagará um suplemento de 32 libras e 9 soldos. Se o marido tiver tido ajuda para cometer o crime, cada um dos seus ajudantes será absolvido mediante o pagamento de 2 libras.
  • 12.Quem afogar o seu próprio filho pagará 17 libras e 15 soldos [ou seja, mais duas libras do que por matar um desconhecido (observação do autor do livro)]; caso matem o próprio filho, por mútuo consentimento, o pai e a mãe pagarão 27 libras e 1 soldo pela absolvição.
  • 13.A mulher que destruir o filho que traz nas entranhas, assim como o pai que tiver contribuído para a perpetração do crime, pagarão cada um 17 libras e 15 soldos. Quem facilitar o aborto de uma criatura que não seja seu filho pagará menos 1 libra.
  • 14.Pelo assassinato de um irmão, de uma irmã, de uma mãe ou de um pai, pagar-se-á 17 libras e 5 soldos.
  • 15.Quem matar um bispo ou um prelado de hierarquia superior terá de pagar 131 libras, 14 soldos e 6 dinheiros.
  • 16.O assassino que tiver morto mais de um sacerdote, sem ser de uma só vez, pagará 137 libras e 6 soldos pelo primeiro, e metade pelos restantes.
  • 17.O bispo ou abade que cometa homicídio põe emboscada, por acidente ou por necessidade, terá de pagar, para obter a absolvição, 179 libras e 14 soldos.
  • 18.Quem quiser comprar antecipadamente a absolvição, por todo e qualquer homicídio acidental que venha a cometer no futuro, terá de pagar 168 libras, 15 soldos.
  • Façam fila, e facilitam o troco!
    Não aceitamos cheques pré datado
    e cartão. Só de credito!
  • 19.O herege que se converta pagará pela sua absolvição 269 libras. O filho de um herege queimado, enforcado ou de qualquer outro modo justiçado, só poderá reabilitar-se mediante o pagamento de 218 libras, 16 soldos, 9 dinheiros.
  • 20.O eclesiástico que, não podendo saldar as suas dívidas, não quiser ver-se processado pelos seus credores, entregará ao pontífice 17 libras, 8 soldos e 6 dinheiros, e a dívida ser-lhe-á perdoada.
  • 21.A licença para instalar pontos de venda de vários géneros, sob o pórtico das igrejas, será concedida mediante o pagamento de 45 libras, 19 soldos e 3 dinheiros.
  • 22.O delito de contrabando e as fraudes relativas aos direitos do príncipe contarão 87 libras e 3 dinheiros.
  • 23.A cidade que quiser obter para os seus habitantes ou para os seus sacerdotes, frades ou monjas autorização de comer carne e lacticínios nas épocas em que está vedado fazê-lo, pagará 781 libras e 10 soldos.
  • 24.O convento que quiser mudar de regra e viver com menos abstinência do que a que estava prescrita, pagará 146 libras e 5 soldos.
  • 25.O frade que para sua maior conveniência, ou gosto, quiser passar a vida numa ermida com uma mulher, entregará ao tesouro pontifício 45 libras e 19 soldos.
  • 26.O apóstata vagabundo que quiser viver sem travas pagará o mesmo montante pela absolvição.
  • 27.O mesmo montante terá de pagar o religioso, regular ou secular, que pretenda viajar vestido de leigo.
  • 28.O filho bastardo de um prior que queira herdar a cura de seu pai, terá de pagar 27 libras e 1 soldo.
  • 29.O bastardo que pretenda receber ordens sacras e usufruir de benefícios pagará 15 libras, 18 soldos e 6 dinheiros.
  • 30.O filho de pais incógnitos que pretenda entrar nas ordens pagará ao tesouro pontifício 27 libras e 1 soldo.
  • 31.Os leigos com defeitos físicos ou disformes, que pretendam receber ordens sacras e usufruir de benefícios pagarão à chancelaria apostólica 58 libras e 2 soldos.
  • 32.Igual soma pagará o cego da vista direita, mas o cego da vista esquerda pagará ao Papa 10 libras e 7 soldos. Os vesgos pagarão 45 libras e 3 soldos.
  • 33.Os eunucos que quiserem entrar nas ordens, pagarão a quantia de 310 libras e 15 soldos.
  • 34.Quem por simonia quiser adquirir um ou mais benefícios deve dirigir-se aos tesoureiros do Papa que lhos venderão por um preço moderado.
  • 35.Quem por ter quebrado um juramento quiser evitar qualquer perseguição e ver-se livre de qualquer marca de infâmia, pagará ao Papa 131 librase15 soldos. Pagará ainda por cada um dos seus fiadores a quantia de 3 libras.
Quem era Giovanni de Medici ou Papa Leão X?
O Papa Leão (que não é do
imposto, mas faz cobrança
como o tal) ao meio. Com seus
comparsas, uma formação
de quadrilha que saiu
muito bem.
Ele nasceu com o nome de Giovanni di Lorenzo de Medici(11 de dezembro de 1475 – 1 de Dezembro de 1521).  Ele era o segundo filho de Clarice Orsini e Lorenzo de Medici, o governante mais famoso da República de Florença. foi papa de 1513 até sua morte. Ele foi o último não-sacerdote a ser eleito Papa. Ele é conhecido principalmente por ser o papa do inicio da Reforma Protestante, iniciada por Martinho Lutero por suas 95 teses. Seu primo, Giulio di Giuliano de Medici, viria a sucedê-lo como Papa Clemente VII (1523-34).

Desde tenra idade Giovanni e sua família demonstraram interesse por uma carreira eclesiástica. Seu pai pressionou o Papa Inocêncio VIII, que foi obrigado à nomeá-lo cardeal-diácono de Santa Maria em Domnica em março de 1489, quando tinha apenas sete anos, embora ele não tenha sido autorizado a usar as insígnias e demais deliberações do colégio dos cardeais até três anos depois.[1] Giovanni recebeu uma cuidadosa educação na corte de Lorenzo, foi colega de humanistas como Angelo Poliziano, Pico della Mirandola, Marsilio Ficino e Bernardo Dovizio Bibbiena. De 1489-1491, estudou teologia e Direito Canônico em Pisa sob instrução de Filippo Decio.

Em 23 de março de 1492, com apenas 16 anos, foi formalmente admitido no Colégio dos cardeais e assumiu a sua residência em Roma. A morte de Lorenzo no ano seguinte em 8 de abril, fez Giovanni mudar-se para Florença. Ele participou do conclave de 1492 que se seguiu à morte de Inocêncio VIII, e se opôs terminantemente à eleição do cardeal Rodrigo Borgia, que foi eleito como o Papa Alexandre VI. Posteriormente ele morou com seu irmão mais velho, Piero di Lorenzo de Médici em Florença, durante a agitação provocada por Girolamo Savonarola e a invasão do Carlos VIII de França, permanecendo lá até a revolta dos florentinos e a expulsão dos Medici, em novembro de 1494. Enquanto Piero encontrou refúgio em Veneza e Urbino, Giovanni viajou para Alemanha, Holanda e França.
Em maio de 1500, retornou a Roma, onde foi recebido com cordialidade por Alexandre VI, e onde viveu por vários anos estudando arte e literatura. Em 1503 ele apoiou Júlio II como papa, e no mesmo ano após a morte de Piero de Medici, Giovanni tornou-se líder de sua família. Em 1 de outubro de 1511, foi nomeado legado papal de Bologna e da Romagna, e quando a república florentina declarou-se a favor dos pisanos cismáticos, Júlio II mandou-o contra sua cidade natal como líder do exército papal. Esta e outras tentativas para recuperar o controle político de Florença foram frustradas, até que uma revolução pacífica permitiu o retorno dos Medici. O irmão mais novo de Giovanni, Giuliano foi colocado na liderança da república, mas Giovanni tinha grande influência no governo.Giovanni foi eleito Papa em 9 de março de 1513 com apenas 37 anos, no que foi proclamado dois dias depois. Em 15 de março foi ordenado sacerdote e em 17 de março, ele foi consagrado bispo de Roma pelo cardeal Raffaele Riario, bispo de Ostia e Velletri, e decano do Sacro Colégio dos Cardeais. Ele foi coroado em 19 de março pelo Cardeal Alessandro Farnese, Protodiácono de S. Eustachio.

Fonte: http://blog.nunocosta.eu/  (esse nós recomendamos)
(1) - Rodríguez, Pepe (1997). Mentiras fundamentais da Igreja católica.Terramar – Editores, Distribuidores e Livreiros - 1.ª edição portuguesa, Terramar, Outubro de 2001 – Anexo, pp. 345-348

(2)- Biografia de Papa Leão X - Wikipédia http://www.wikipedia.com.br/ (não nos responsábilizamos pela autênticidade do texto, tipo: Vai comendo, Raimundo!)
(3) Piadinhas sem graça - Desses loucos do blog. (Lógico!!!)

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Zaratustra ou Zoroastro - O sábio do deserto

Considerado na Pérsia Antiga (atual Irã), Zaratustra ou Zoroastro (pelos gregos) foi fundador da religião dualista Masdeísmo ou Zoroastrismo, nascido provavelmente no período de 628 a.C.-551 a.C. Zaratustra teve sabedoria e manifestações divinas prematuramente, diziam as lendas que ele foi concebido pelo útero de uma virgem (?) e em sua juventude tinhas visões de Ahura-Mazda, senhor da Sabedoria, que o teria incumbido de propagar a verdade. Fora esses mitos, não há de negar que Zaratustra foi influente na formação religiosa de futuras religiões que logo seguiriam como o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo.


Sua vida:
Nascido provavelmente na região de Rages, Pérsia Antiga. Zaratustra precocemente já tinha um conhecimento primoroso, o tal qual vinha sendo rivalizado pelos sábios da época. Desta forma aos vinte anos ele refugiou nas cavernas do deserto e ficou como peregrino por sete anos. Ao voltar para as tribos regionais começou a pregar suas crenças, mas não obtinha apoio tanto religioso quanto da nobreza, voltava a ter sua vida ameaçada. Entretanto um soberano o Rei Vishtaspa foi influenciado por seus ensinamentos, daí ele conseguiu o destaque entre o reinado e sua religião se tornou oficial na vida dos persas sobrepujando a crença politeísta que havia antes. Zaratustra desenvolveu a "Zend-Avesta", que significa "Comentário sobre o conhecimento", textos sagrados que ensinavam os paradigmas da religião Masdeísta. Ditava esses textos que os homens devem dedicar a fazer boas obras para manter a pureza do corpo e da alma e a se afastar da fonte do mal e logo após a morte a alma passa por um julgamento que a levará ao paraíso ou ao sofrimento eterno, ou a um período intermediário de existência, dependendo do balanço entre as ações boas e más que tenha praticado em vida. Segundo alguns relatos, Zaratustra aos 77 anos de idade teria sido assassinado enquanto rezava no templo, diante do fogo sagrado, o seu túmulo estaria em Persépolis, a capital do império.

A Religião:

O Masdeísmo ou Zoroastrismo é considerada como a primeira manifestação de um monoteísmo ético e de acordo com os historiadores da religião algumas das suas concepções religiosas viriam a influenciar monoteístas como a Judaica, a Cristã e a Islâmica.
Dois princípios fundamentais regem o sistema de crenças desta religião: a existência de uma força do bem (Ahura Mazda) e uma força do mal (Ahriman) e a volta do Paraíso à Terra. Ahura Mazda é a deidade suprema, criador de todas as coisas boas do universo e da raça humana. É representado também como o divino Lavrador, o que mostra o enraizamento do culto na civilização agrícola, na qual o cultivo da terra era um dever sagrado, com poderes para sustentar e prover todos os seres, na luz e na glória. Enquanto Ahriman representado como uma serpente. Criador de tudo que há de ruim (crime, mentira, dor, secas, trevas, doenças, pecados, entre outros), ele é o espírito hostil, destruidor, que vive no deserto entre sombras eternas. é o princípio destrutivo que rege a ganância, a fúria e as trevas.
Pelo Zoroastrismo, o Bem e Mal não são apenas valores morais reguladores da vida cotidiana dos humanos, mas são transfigurados em princípios cósmicos, em perpétua discórdia. A luta entre Bem e Mal origina todas as alternativas da vida do universo e da humanidade. A vitória definitiva de Ahura Mazda sobre Arimã só poderia ocorrer se Zaratustra conseguisse formar uma legião de seguidores e servidores, forte o bastante para vencer o Espírito Hostil, e expurgar o Mal do universo. Nesse sentido, Bem e Mal são princípios criadores e estruturadores do universo, que podem ser observados na natureza e encontram-se presentes na alma humana. A vida humana é uma luta incessante para atingir a bondade e a pureza, para vencer Arimã e toda a sua legião de demônios cuja vontade é destruir o mundo criado por Ahura Mazda.

Os livros sagrados do Zoroastrismo são:
  • O Avesta, o livro sagrado das orações, dos hinos, dos rituais, das instruções, da prática e da lei;
  • O Gathas, que são hinos atribuídos a Zoroastro;
  • O Pahlavi, que consiste na literatura zoroastrista.
O Legado:

Parte da história sobre Zaratustra serviu de base nas formações religiosas monoteítas, e não é por menos. As lendas sobre a vida e obra do profeta persa se assemelham muito com as histórias de Jesus Cristo e de Maomé, assim como os conceitos filosóficos e os valores religiosos judaicos e das outras crenças destacadas. Zaratustra também profetizava a vinda de um messias, “No fim de nove mil anos, ocorreria a segunda vinda do profeta como um sinal e uma promessa de redenção final dos bons. Isso seria seguido do nascimento miraculoso do Saoshyant, equivalente ao Messias hebreu, cuja missão seria aperfeiçoar os bons para o fim do mundo, da história humana, enfim, para a vitória do Bem sobre as forças do Mal. A cada mil anos viria um profeta/messias”. Essas afirmações deixavam bem claro que o Masdeísmo ou Zoroastrismo era uma religião que deu princípios para as criações religiosas da nossa atualidade. Mais tarde, substituído pelo islamismo, o zoroastrismo reduziu-se a grupos de guebros no Irã e de parses na Índia religiões. 

Texto adaptado por Dave Mambera
Fontes:
http://www.bahai.org.br/
http://www.espiritualismo.hostmach.com.br/
Ilustrações: Google imagens

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Exclusivo: Nietzsche e o Nazismo: Um assunto questionável

Muitos dizem que o filosofo divulgou ideias que foram aplicadas quando o nazismo estava no poder na Alemanha. Mas será que o próprio Nietzsche concordaria com esse fato, mesmo ele ter vivido anos antes do apogeu nazista? será que Nietzsche seria um antisemita? 

“O poder, um objetivo ambicionado por toda a história da humanidade, quem possuí o poder, controla, ou manipula a massa, ou a repreendia através de atos que nem sempre racionais”. Essa é uma visão simples e comum, mas objetiva sobre as transformações ocorridas no século XX, o poder alterava sobre várias faces, Países e centros de civilizações moldavam através de pensamentos e conceitos sociais, Capitalismo x Socialismo, Imperialismo x Republica, Democracia x Nacionalismo, Sistema Agrário x Revolução Industrial, Burguesia x Proletariado, Igreja x Revolução das Espécies... Diversas teorias e ideais disputavam na economia, o governo e a sociedade. Marx, Engels, Darwin, Freud, Kierkegaard, Chung, Nietzsche, etc... Pensadores que expressaram suas ideologias e conceitos que ocasionalmente influenciaram no fundamento humano contemporâneo, e em certas ocasiões, para os ideais de controle do poder.
Friedrich Nietzsche (1844 a 1900) foi um importante filosofo alemão, através de suas obras construía uma visão questionadora ao costumes e lançando nova perspectiva a humanidade. O livro “Assim Falou Zaratustra” escrito em 1885, foi à obra mais contestadora de Nietzsche, sob uma ótica do lendário sábio persa, Zaratustra cita em poesias filosóficas o retorno do Super-homem, que destronaria a ética religiosa e o ascetismo servil. Em questão, a obra dava uma visão independente da crença obsessiva do homem a religião. Mas, sobre outra lógica distorcida, criava a imagem do homem superior, acima de todas as regras e morais, a lógica foi inserida nas mentalidades mais radicais e extremistas como forma ideal de pratica para o poder das massas. Nesta ética foi levantada para a construção dos regimes governamentais autoritários que ascendiam na Europa Pós Primeira Guerra (1914/1918). O Fascismo, o Comunismo, e principalmente...
O Nazismo, que teve como Adolf Hitler (1889/1945), personagem fundamental dessa ordem, de caráter forte e carismático ao seu seguidores na Alemanha, porem déspota, impiedoso e cruel aos seus adversários, Hitler levava o seu poder de forma que suprimia todos os pensamentos livres, e tinha elevado o ódio a patamares raciais e de crenças, o anti semitismo (um preconceito criado por séculos contra as pessoas da religião Judaica) foi implantado no seu governo como questão de supremacia da “Raça Ariana”, uma lógica da criação do homem superior. Sobre esse contexto extremo, foi inseridas as idéias de Nietzsche no Nazismo deliberadamente. Contudo sobre o próprio Nietzsche, que viveu no século anterior, o anti semitismo era um sentimento repugnante e desprezível, em sua era. O ódio aos judeus estava iniciando nas castas da sociedade alemã, o compositor Richard Wagner, e principalmente a irmã de Nietzsche: Elisabeth Vörster-Nietzsche (1846/1935) assumiram o anti semitismo, sob o olhar reprovativo do próprio filosofo.
Apesar da diferença de épocas, pois o Nazismo tomou o poder na Alemanha poucas décadas depois da morte de Nietzsche. Hitler tinha admiração pelas obras escritas do filosofo e utilizava as idéias no seu programa comando de extrema direita, com o principal apoio de Elisabeth Vörster-Nietzsche que ainda vivia na ascensão nazista. Foi por essa causa, que é questionado o envolvimento de Nietzsche na construção do movimento nazista, muitos historiadores, principalmente os extremamente judeus e cristãos, consideram responsável pelo surgimento do regime. Já outros, descartam essa hipótese, pois o próprio Nietzsche comprovava, em documentos, sua antipatia a qualquer sistema autoritário, e também ele tinha várias doenças crônicas e sofria de crises de depressão, algo que nos ideais nazistas era considerado o “ser humano imperfeito”, e provavelmente vivesse na mesma época, seria levado para os campos de extermínio, junto com judeus, comunistas, ciganos e deficientes físicos e mentais, fato muito conhecido durante o auge do governo de Hitler, assim como responsável pelo o inicio da Segunda Guerra Mundial (1938/1945).

Em seguida uma carta*, em rascunho, no qual Nietzsche explica seu sentimento contrário ao anti-semitismo à sua irmã:
Nesse meio tempo eu vi a prova, preto no branco, que o Sr. Dr. Vörster (seu cunhado) ainda não cortou a sua ligação com o movimento anti-semita. Desde então, tenho tido dificuldade em encontrar alguma da ternura e proteção tanto tempo que eu sentia por você. A separação entre nós é, assim, decidido em realmente mais absurda a maneira. Você compreendeu nada da razão pela qual estou no mundo? Agora, ele tem ido tão longe que eu tenho que me defender de pés e mãos contra as pessoas que me confundem com esses canalha anti-semita, depois minha irmã, minha irmã primeiro, e depois Widemann mais recentemente ter dado o impulso para o mais terrível de todas as confusões. Depois que li o nome de Zaratustra na correspondência anti-semita minha paciência chegou ao fim. Estou agora em uma posição de defesa de emergência contra a cônjuge seu partido. Estes anti-semita deformidades maldito não deve manchar meu ideal!


*NIETZSCHE FRIEDRICH- Rascunho de carta a Elisabeth Förster-Nietzsche, Nice, final de Dezembro de 1887
(Detalhe: Apesar que alguns historiadores criticam a auteticidade dessa carta, foi constatado por pesquizadores que as letras foram escritas a punho do próprio filosofo)

Texto escrito por: Dave Mambera em Junho de 2010

Fontes Bibliografias:
NIETZSCHE, Friedrich- Assim Falou Zaratustra, Ed. Martin Claret, São Paulo, 2008.
NIETZSCHE, Friedrich- Crepúsculo dos Ídolos: Ou como filosofa com o martelo, Ed. Companhia das Letras, Rio de Janeiro.
YALOM, IRVIN D.- Quando Nietzsche Chorou, Ed. Ediouro, Rio de Janeiro, 2002
BOBBIO; MATTEUCCI & PASQUINO- Dicionário de Política de (1998, p.1061),
Fontes Informativas:
http://www.cav-templarios.hpg.ig.com.br/
http://www.duplipensar.net/
http://www.consciencia.org/

Castelos: Uma residência para reis e nobres ou uma fortaleza?

Uma construção sinonimo de vida no periodo medieval não significava apenas como a moradia principal dos reis e nobres, saiba porque:

Castelo de Almourol
A principal função de um castelo não era servir de residência para o senhor feudal, mas sim como uma construção fortificada para proteger o feudo. Para entender porque é que eles surgiram, é preciso pensar sobre a Idade Média (entre os séculos 5 e 15). O período histórico surgiu após a dissolução do Império Romano. "A Europa se fragmentou, se perderam as rotas de comércio e transporte, a economia se organizou em unidades pequenas e independentes, chamadas feudos. Os castelos surgiram para defender essas unidades econômicas e todo feudo se estruturava em torno deles", explica Oswaldo Coggiola, professor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP). Ou seja, um castelo não tem nada a ver com as construções luxuosas dos desenhos animados. O que acontece é uma mistura dos conceitos de castelos e palácios. "Há uma confusão histórica. O palácio existe desde o Império Romano e é basicamente uma casa luxuosa. Seu nome vem do latim 'palazzo', nome dado às residências dos imperadores que ficavam no Monte Palatino, em Roma. Outra característica é que os palácios são tipicamente urbanos, enquanto o castelo é rural", explica Coggiola. Se os palácios já existiam desde o Império Romano, os castelos de pedra surgiram só na metade da Idade Média e seu nome vem do latim "castellum", que significa "local fortificado". Desde o Período Neolítico, os homens constroem fortificações. E os castelos são uma evolução de construções como a cidade de Jericó, Tróia e os fortes romanos. Os precursores dos castelos que se tornaram famosos surgiram já no começo da Idade Média, quando góticos, lombardos e francos se apoderaram das construções romanas e criaram as primeiras fortificações rurais. Porém, Kelly DeVries em seu livro Medieval Military Technology (Tecnologia Militar Medieval, inédito em português), conta que o que impulsionou a construção de grandes fortificações foi a invasão de vikings e húngaros. Frente à ameaça, Inglaterra e a Europa continental se sentiram a necessidade de construções capazes de conter o avanço inimigo. Os primeiros castelos surgiram ente os séculos 9 e 10 e foram construídos com madeira e terra. Os mais eficazes tinham um muro de madeira cercando uma colina de terra, com um grande pátio no centro. Porém, os castelos só se tornaram eficazes quando passaram a ser feitos de pedra. Kelly DeVries diz que não há evidências de quando os primeiros foram construídos. O que se sabe é que no século 12 essas construções dominavam a Europa. No início do reinado de Henrique II, em 1154, havia 274 castelos de pedra sob o domínio do rei.

Neuschwanstein Castle, na Alemanha.
Eleito como um dos mais
deslumbrantes do mundo
A estrutura defensiva do castelo era impressionante. A primeira defesa era feita por um fosso que possuía as famosas pontes elevadiças. Ao redor do fosso, havia um muro externo, que poderia chegar a até 10 metros de altura e 8 metros de espessura. Em muitos castelos, esse muro também tinha muralhas, grandes blocos de pedra atrás dos quais os soldados podiam ficar em guarda. Os muros também podiam ter passarelas e aberturas por onde soldados e arqueiros atacavam os inimigos. Logo após os muros vinham as torres, estruturas mais altas e arredondadas, pelas quais se fazia o monitoramento. A porta de entrada, que ficava no muro dos castelos, também era uma estrutura de defesa. Chamada de cabine do portão, era um túnel com aberturas pelas quais se podia lançar flechas ou jogar líquidos quentes nos invasores. No fim do túnel, portas pesadas de madeira ofereciam mais um obstáculo. Depois de tudo isso, ainda podia existir mais um muro e torres internas, com as mesmas estruturas das externas. Em seguida, vinha o pátio, um espaço aberto onde o invasor ficava vulnerável ao ataque vindo das torres. No meio de tudo isso é que ficavam as outras estruturas nas quais viviam o senhor feudal, sua família, soldados e alguns súditos. Atrás dos muros havia a torre onde vivia o senhor feudal, a capela, os estábulos, os poços e os salões de exposição. Há controvérsias sobre qual seria o maior castelo já construído. Mas, segundo O livro Guinness dos Recordes, o maior castelo do mundo ainda em pé é o Castelo de Praga, com 70.000 m2.
Texto por : Paula Sato
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/

Virginia Woolf - Uma escritora que personificou a imagem liberal feminina.

Virginia Woolf nasceu em Londres, em 1882. Perdeu sua mãe quando tinha 13 anos de idade. Seu pai, o editor Sir Leslie Stephen, erudito, filósofo e uma das figuras mais originais da Inglaterra vitoriana, foi o responsável por sua educação. Foi com ele que Virginia conheceu e estudou Platão, Espinoza, Montaigne e Hume.  Após a morte de seu pai, em 1904, Virginia e seus irmãos mudam-se para Bloomsbury, bairro londrino onde, mais tarde, passariam a receber as visitas de um grupo de amigos. As reuniões acabariam por formar o famoso grupo de Bloomsbury, círculo de intelectuais sofisticados que investiu contra as tradições literárias, políticas e sociais da era vitoriana. Esse grupo reuniu, ao curso de seus sucessivos encontros, os escritores Roger Fry e Duncan Grant; os historiadores e economistas Lytton Strachey e J.Maynard Keynes; e os críticos Clive Bell e Desmond McCarthy.
Com o passar do tempo, Vanessa Stephen, irmã de Virginia, acabou se tornando a sra. Clive Bell. Virginia, por sua vez, casou-se, em 1912, com Leonard Woolf. O grupo de Bloomsbury se dissociou logo após o começo da Primeira Guerra Mundial, depois voltou a se reunir com novos elementos, mas com os mesmos ideais: busca da verdade, liberdade de expressão, amor pela arte e respeito à individualidade.
Em 1917, Virginia fundou com Leonard Woolf a Hogarth Press, editora que revelou escritores como Katherine Mansfield e T.S. Eliot. As primeiras obras de Virginia Woolf foram The Voyage Out (1915) e Night and Day (1919).
Em sua obra Mrs Dalloway (1925), Virginia Woolf examina o tempo presente e passado, limita o tempo da ação e emprega recursos poéticos para retratar a experiência individual. O mesmo ocorre com o livro Rumo ao Farol (1927). Segundo o crítico Harold Bloom, Virginia Woolf pensava em Mrs. Dalloway como "uma estrutura de ordem tal que `cada cena serviria para construir a idéia do caráter de Clarissa`. Uma vez que a figura de Clarissa Dalloway está fundada, de um modo sutil, sobre o sentido que Woolf fazia de sua própria consciência, o resultado seria uma espécie de auto-retrato psíquico, deixando de fora apenas a circunspeção estética da autora. E é justamente esta circunspeção que ajuda a universalizar certos aspectos do caráter da personagem, apresentada implicitamente como um estudo do desenvolvimento de uma mulher (e não de uma grande escritora)".
Em 1928, ela publicou Orlando, uma fantasia histórica que evoca com brilho e humor a Inglaterra, sobretudo literária, da era elizabetana. Nesse período, Woolf faz as famosas conferências para estudantes dos grande colégios femininos de Cambridge, nas quais mostra toda a sua verve feminista. Em 1931, publicou As Ondas, uma de suas obras mais importantes. Seis anos mais tarde, Virginia lançou o livro Os anos. A história de sua vida é indissociável de suas obras. Mesmo dividida entre suas ocupações de diretora de sua própria editora, suas críticas literárias —Virginia escrevia para vários jornais londrinos—, seus amigos e sua viagens de final de semana, ela conseguiu superar, em seus romances, os limites impostos pela ficção realista. Conseguiu integrar à narrativa uma simultaneidade de eventos e criou com isso uma nova concepção do tempo narrativo, que mais tarde veio a se chamar "forma espacial do romance".
Em 1941, após diversas tentativas de suicídio e uma grave crise de depressão, Virginia Woolf se afogou no rio Ouse.
Deixou um considerável número de ensaios, uma extensa correspondência e o romance, Between the Acts (Entre os Atos, 1941).
Texto escrito por: Renato Roschel - 27/08/2003
Fonte: http://www.speculum.art.br/