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quarta-feira, 9 de março de 2011

Os Santos-soldados! Os Templários, os Hospitalários e os Teutônicos

Ordem dos Templários


A Ordem dos Templários nasceu em 1118, na cidade de Jerusalém, por iniciativa Hugh de Payens mais oito cavaleiros, todos de origem francesa. A Ordem dos Templários, cujo nome completo era Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, tornou-se, nos séculos seguintes, uma instituição de enorme poder político, militar e econômico. A sua divisa era: Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam, o que significa “Não a nós, Senhor, não a nós, dai a glória ao Vosso nome”. Inicialmente as suas funções limitavam-se aos territórios cristãos conquistados na Terra Santa durante o movimento das cruzadas, e visavam à proteção dos peregrinos que se deslocavam aos locais sagrados. Nas décadas seguintes, a Ordem se beneficiou de inúmeras doações de terra na Europa que lhe permitiram estabelecer uma rede de influências em todo o continente, o que mais tarde seria motivo para sua perdição...
Comprometeram-se a uma causa monástica e militar. Embora muitos cavaleiros, naqueles tempos, lutassem por dinheiro, terra ou poder, os Templários faziam votos de pobreza e de castidade. Sua missão era
principalmente a de proteger os peregrinos a caminho da Terra-Santa. O Rei Balduíno II cedeu-lhes como abrigo o estábulo ao lado da mesquita de Al-Aqsa como quartel general. Este local supõe-se que era o exato local do Templo do Rei Salomão.
Os cavaleiros tomaram o estilo de vida das ordens monásticas fundadas no tríplice preceito: voto de pobreza, voto de castidade e voto de obediência. E se auto-intitularam: Os Pobres cavaleiros de Cristo. Adotaram como símbolo dois cavaleiros em um só cavalo para mostrar sua pobreza – pois não tinham dinheiro para comprar um cavalo – e também seu companheirismo. Também adotaram o nome do local onde se estabeleceram ficando então nomeada a ordem como: Pauperes Commilitones Christi Templique Salomonis (Os pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão) mas ficaram conhecidos como: os Cavaleiros Templários. (algumas vezes chamados de : Cavaleiros de Cristo, Cavaleiros do Templo, Pobres Cavaleiros, Ordem do Templo, etc.)
Como toda Ordem Religiosa, a Regra dos Templários, criada por São Bento de Núrsia, também era baseada nos três pontos básicos das instituições religiosas da época, ou seja: castidade, pobreza e
obediência. Em geral eram originários de famílias abastadas. Mas só podia se tornar Cavaleiro propriamente dito o filho de um Nobre. Os cavaleiros tinham o direito de usar (não possuir) 3 cavalos, um escudeiro e duas tendas. Comparativamente, um cavaleiro bem montado e equipado, treinado e seguido pelo seu séqüito de escudeiros, tinha o poder equivalente a um tanque de Guerra Contemporâneo. 
Havia uma parte religiosa propriamente dita, com Padres, Capelães, Diáconos, Bispos. E por causa da bula "Omne datum optimum", também só prestavam obediência ao Grão-Mestre da Ordem e ao Papa.

Relíquias

Eram também os protetores das relíquias sagradas. As relíquias eram restos de pessoas ou coisas consideradas sagradas e capazes de realizar milagres. Uma relíquia popular naquele tempo era um pedaço de madeira da “Verdadeira Cruz” - a cruz em que Jesus foi crucificado. Outra era a cabeça de S. João Batista, que foi decapitado após ter sido enfeitiçado pela sedutora dança de Salomé. Os povos na idade
média tinham uma adoração desesperada por relíquias, que veneravam com admiração. Mas logicamente fraudes existiam. Um pândego da época disse que se e juntássemos todas as lascas de "cruzes de Cristo", haveria madeira suficiente para uma floresta inteira!
Os Templários tinham em sua posse ainda a coroa dos espinhos, tirada da cabeça de Cristo. Tiveram também o corpo da mártir Santa Eufémia de Chalcedon (julgava-se ter poderes de cura divinos), entre diversas outras relíquias.

A Ordem dos Hospitalários


A Ordem dos Hospitalários (ou Ordem de São João de Jerusalém) vem de uma tradição que começou como uma Ordem Beneditina fundada no século XI na Terra Santa, mas que rapidamente se tornaria uma Ordem militar cristã uma congregação de regra própria, encarregada de assistir e proteger os peregrinos àquela terra. Face às derrotas e conseqüente perda desse território, a Ordem passou a operar a partir da ilha de Rodes, onde era soberana, e mais tarde desde Malta, como estado vassalo do Reino da Sicília.
Poder-se-ia afirmar que a extinção desta ordem se deu com a sua expulsão de Malta por Napoleão. No entanto, os mesmos cavaleiros iriam instalar-se na ilha de Malta, doada por Carlos V do Sacro Império
Romano-Germânico, adotando a designação de “Ordem de Malta”.

A Ordem Teutônica


A Ordem Teutônica (Em Alemão: Deutscher Orden; Em Latim: Ordo Domus Sanctæ Mariæ Theutonicorum) foi uma ordem militar cruzada, vinculada à Igreja Católica por votos religiosos, formada no final do século XII em Acre, na Palestina. Usavam vestes brancas com uma cruz negra.
Após a derrota das forças cristãs no Oriente Médio, os cavaleiros mudaram-se para a Transilvânia em 1211, a convite do Rei André II da Hungria, mas foram expulsos em 1225. Transferiram-se então para o
norte da Polônia, onde criaram o Estado independente da Ordem Teutônica. A agressividade da Ordem ameaçava os países vizinhos, em especial o Reino da Polônia e o Grão-Ducado da Lituânia. Em 1410, na
Batalha de Grunwald (Tannenberg), um exército combinado polaco-lituano derrotou a Ordem e pôs fim a seu poderio militar. O poder da Ordem continuou a declinar até 1525, quando seu Grão-Mestre, Alberto de
Brandemburgo, converteu-se ao luteranismo e assumiu o título e os direitos de Duque hereditário da Prússia (embrião do Reino da Prússia, catalisador do futuro Império Alemão). O Grão-Mestrado foi então transferido para Mergentheim, de onde os Grão-Mestres continuavam a administrar as consideráveis posses da Ordem na Alemanha. Em 1809, quando Napoleão determinou a sua extinção, a Ordem perdeu as suas últimas propriedades seculares, mas logrou sobreviver até o presente. Atualmente, trabalha primordialmente com objetivos assistenciais. Reinald de Châtillon. Não era um Cavaleiro Templário, mas mantinha afinidades com a Ordem e frequentemente participava de ações contra os muçulmanos, por quem
nutria um ódio feroz e completamente irracional! Transformou-se no principal inimigo público dos muçulmanos e um homem marcado para a morte por Saladino a partir de duas atitudes vis que tomou contra aquele povo.
Em 1182 Châtillon concebe um plano ardiloso: invadir Meca e roubar o corpo do Profeta Maomé para cobrar tributo de peregrinos que desejassem visitá-lo em sua fortaleza de Kerak. Vencidos por tropas muçulmanas lideradas por Malik, irmão de Saladino, muitos foram feitos prisioneiros e outros escravizados.
Pouco tempo depois, liderou um ataque covarde a uma caravana muçulmana pacífica, desarmada, em peregrinação a Meca.
Tais episódios conduziram Saladino, líder dotado de elevado senso de honra e justiça a ver em Châtillon um criminoso ignominioso, sem honra ou senso de justiça, capaz das mas atrozes barbaridades movido por
puro ódio.
Quando já próximo da queda de Jerusalém, o sucessor de Balduíno IV, agora Rei de Jerusalém Guy de Lusignan, foi aprisionado com um grande contingente de cruzados e Saladino teve a oportunidade de retribuir por todo o mal feito pelo vilão: ofertou água de rosas com gelo trazido das montanhas ao rei de Jerusalém e este passou a taça a Châtillon. As rígidas regras de hospitalidade muçulmana ditavam que,
quem partilhasse da água, do pão ou do sal na mesma Tenda deveria ser poupado e alimentado. Repreendido, teve a taça tomada e Saladino ofereceu a ele a possibilidade de entregar-se ao Islã a fim de ser poupado. Châtillon, sempre arrogante, retrucou que era Saladino quem deveria entregar-se ao cristianismo a fim de evitar o fogo do inferno. A arrogância e intolerância de Châtillon foram superiores à cortesia do grande cavalheiro que era Saladino e este lhe decepou a cabeça com um só golpe de cimitarra.

O fim da ordens pela ambição de um principe e de um papa

1307 – A violenta ganância de Filipe de Valois (ou Felipe IV, O Belo), a subserviência abjeta de Clemente V e o Ataque insano aos Templários O monarca francês e seu papa marionete fizeram chegar ao conhecimento dos Grãos-Mestres do Templo e do Hospital que planejavam uma nova Cruzada contra os muçulmanos utilizando-se das forças conjuntas das duas Ordens Bélico-religiosas ainda em ação, devendo elas fundir-se numa nova Ordem sob o comando dos Hospitalários.
Convidados a Poitiers, nas imediações de Paris, Jacques de Molay, Grão-Mestre do Templo e Foulques de Villaret, Grão-Mestre dos Hospitalários, deveriam apresentar-se a 1º de novembro de 1306, Dia de
Todos os Santos. Jacques de Molay, de posse de um plano detalhado para uma nova cruzada e um arrazoado detalhado acerca da inconveniência da fusão entre as duas Ordens religiosas e militares, chegou ao encontro com vasta antecedência. Foulques de Villaret, atrasou-se à reunião, dela se retirando na primeira oportunidade. Jacques de Molay ficou sozinho: uma ovelha em meio a lobos, hienas e chacais...
Por volta do dia 20 de setembro de 1307 Filipe de Valois enviou cartas lacradas a todos os senescais do reino com ordens expressas de que somente fossem abertas na noite de quinta-feira 12 de outubro. O falecimento de Charles de Valois, irmão de Filipe, determinou uma viagem do Grão-Mestre Jacques de Molay que, sem nada desconfiar, ocupou lugar de destaque nas exéquias sendo mesmo um dos que carregaram o esquife do príncipe falecido no próprio dia 12 de outubro, véspera de sua captura...
Quando as cartas foram simultaneamente abertas, a ordem expressa do rei resumia-se em: “os Templários são acusados de graves heresias e crimes devendo ser todos aprisionados e postos a ferros na
madrugada de sexta-feira 13 de outubro de 1307”. Data daí a crença de que toda a sexta-feira 13 é um dia aziago.
Estarrecidos, os Templários pouco ou nada ofereceram em termos de resistência entregando-se aos soldados do Rei sem entender as acusações mas acreditando firmemente poder comprovar sua inocência.
Relata-se que, por mais que todo o procedimento tenha sido mantido em rigoroso sigilo, 3 carroças carregadas com o que provavelmente seria o tesouro dos Templários saíram do Templo em Paris
em direção a local incerto e jamais se soube o paradeiro daquele tesouro. Sabe-se que, em função de suas atividades de proteção a peregrinos em direção à Terra Santa, os Templários dispunham de uma grande frota de navios que, misteriosamente desapareceram das costas da França. Muito se especulou: teriam ido para a Escócia, aonde a influência de Filipe de Valois e Bertrand de Got não chegava? O que é ainda motivo de pesquisa é o paradeiro do Tesouro dos Templários e de seus navios misteriosamente desaparecidos.

Extração de confissões e execuções


Os calabouços eram locais extremamente úmidos, insalubres, desconfortáveis, criados para quebrar a vontade dos prisioneiros, acorrentados durante todo o tempo. A estas aflições acrescentou-se uma série de outras práticas comuns na França embora proibidas em outros países civilizados: a tortura sistemática. Contra os Templários aprisionados utilizavam-se a torquês (arrancava-se a panturrilha com uma torquês afiada e nela se despejava chumbo derretido), a Roda (esta era planejada para esticar tanto o corpo da vítima que muitos vieram a óbito), as surras e chibatadas e tormentos indescritíveis que somente cessavam diante da confissão do que o Rei e seu papa fantoche haviam estipulado. Os templários deveriam confessar, entre outras coisas absurdamente estapafúrdias que:
_ Praticavam sistematicamente a sodomia, o homossexualismo (heresia, prática antinatural e crime hediondo)
Baphomet
_ Adoravam uma cabeça mumificada ou um ídolo demoníaco cognominado de Baphomet.

_ Em seus rituais de Iniciação eram obrigados a renegar o Cristo e cuspir na Cruz.
O que mais causou espanto à opinião pública foi o fato de tantos homens pios, devotados a dedicar sua vida à causa de Cristo, em sua maioria originária de famílias nobres estivesse envolvida em tais práticas inverossímeis sem que em décadas ninguém emitisse qualquer palavra sobre tais heresias antes que fossem violentamente torturados.
Nos anos que se seguiram, a ordem foi sendo quebrada em vários países. Na Espanha e Portugal, continuou ativa na guerra contra os muçulmanos,  Foi fundada por D.Dinis de Portugal, a Ordem de Cristo, que era a
mesma coisa, mas com outro nome. Posteriormente já no século XV
Infante D.Henrique se torna Grão-Mestre da Ordem de Cristo e inicia as Grandes Navegações Portuguesas. Na Alemanha, os Templários desafiaram a todos para provar sua inocência. Na Inglaterra as torturas eram
legalmente proibidas. Embora tenha ocorrido uma única execução de um Cavaleiro Templário em solo inglês pela Santa Inquisição, jamais se ouviu de qualquer deles confissão alguma dos delitos que lhes eram imputados.
Na Escócia a bula Papal nunca foi lida e nenhuma prisão foi feita. Mais tarde seriam uma das influências de uma nova Ordem que surgiria junto as sociedades dos pedreiros-livres (os mesmos que construíram as
A execução de Jacques de Molay
catedrais góticas com base nos aprendizados da Construção do Templo de Salomão). Há fortíssimos indícios que, desta união entre os Templários e as Guildas de Pedreiros Medievais formaram a base do que viria a ser a Maçonaria. Naturalmente, com o passar dos anos, todos os que tinham justos motivos para ocultar-se dos rigores da Igreja juntaram-se aos Maçons (Rosacruzes, Alquimistas, Pitagóricos, Órficos, Astrólogos, Cabalistas...)
De 1307 a 1314 o Grão-Mestre Jacques de Molay além de preceptores da Ordem como Hugo de Piraud e Godofredo de Charney permaneceram encarcerados e submetidos às mais hediondas formas de tortura.
Jacques de Molay contava 70 anos de idade quando, a 18 de março de 1314 foi amarrado a uma estaca numa ilha remota do rio Sena em companhia de seus companheiros de cela. Protestando inocência até o
último momento, as últimas palavras do último Grão-Mestre do Templo ainda ecoam através do tempo:

"Senhor, Permiti-nos refletir sobre os tormentos que a iniqüidade e a crueldade nos fazem suportar. Perdoai, ó meu Deus, as calúnias que trouxeram a destruição à Ordem da qual Vossa Providência me estabeleceu chefe. Permiti que um dia o mundo, esclarecido, conheça melhor os que se esforçam em viver para Vós. Nós esperamos, da Vossa Bondade, a recompensa dos tormentos e da morte que sofremos para gozar da Vossa Divina Presença nas moradas bem-aventuradas. Vós, que nos vedes prontos a perecer nas chamas, vós julgareis nossa inocência. Intimo o papa Clemente V em quarenta dias e Felipe o Belo em um ano, a comparecerem diante do legítimo e terrível trono de Deus para prestarem conta do sangue que injusta e cruelmente derramaram."

Seja como for, Bertrand de Got (Clemente V) efetivamente faleceu 40 dias depois da Intimação do Grão-Mestre e Filipe de Valois (“O Belo”) em um ano também morreu, causando grande impressão a todos quantos testemunharam as palavras finais do Grão-Mestre do Templo.
Relembremos que a época era cultuadora de relíquias e que os assistentes da execução colheram restos mortais dos mártires executados usando-as como autênticas relíquias...

O Julgamento da História


De tudo o que aconteceu nos eventos daquele tempo sombrio fica clara a crueldade de Filipe de Valois, que não se detinha diante de nada para levar a cabo seus intentos maliciosos. O uso sistemático da tortura priva o ser humano da Razão e, tal como ficou provado durante os períodos de tortura por que a humanidade tem passado (do Império Romano à Ditadura Militar Brasileira) o supliciado confessa o que quer que o torturador queira ouvir ou implante em sua mente.
Diante da legislação internacional o uso da tortura para obtenção de confissões não é admissível: o supliciado confessa qualquer coisa que o torturador queira ouvir!
Havendo sobreviventes dos Templários e de seus pensamentos e ensinamentos em vários pontos do mundo aonde não chegava a autoridade de Filipe de Valois ou de Bertrand de Got encontram-se seres humanos honrados, nobres, cavalheirescos e, como já se enfatizou mais de uma vez, um dos mais poderosos pilares de sustentação ou mesmo formação da Maçonaria como a conhecemos hoje. O nome do último Grão-Mestre dos Templários, Jacques de Molay, é hoje lembrado com carinho e respeito por jovens de todo o
mundo na Ordem que recebeu o seu nome, suprema justiça histórica!