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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

O LOUVRE - Um dos mais espetacular museu do mundo!

Essa matéria abre mais um tópico no Bruto: "Turístico". No qual mostraremos lugares no mundo no qual a história esta puramente presente. Museus, Galerias e outras localidades famosas ou não. Então, meus caros visitantes do "Blog Bruto". preparem seus passaportes, porque vamos viajar pelo mundo com a nossa "nau viking virtual". URRA!

O Louvre, um castelo ou um palácio real?

O "Castelo do Louvre" foi fundado pelo rei Filipe II em 1190, como uma fortaleza para defender Paris a oeste contra os ataques dos Vikings (Até agora!). No século XIV, o rei Carlos V mandou construir um novo muro. Desta vez, a fortaleza ficou dentro da cidade, perdendo assim, a sua função de defesa. Restos da muralha e o Arco do triunfo podem ser vistas ainda hoje, pois foram preservadas. Já no século XVI, sob o reinado de Francisco I, sob influências do renascimento, onde havia grande exaltação do poder monárquico, iniciou a grande reforma do Louvre, demolindo a antiga fortaleza e construindo o palácio, que se tornou residência real. Entre 1564 a 1572, por ordem da rainha Catarina de Médici, ocorreu a construção do palácio das Tuileries e a residência real foi transferida para lá. Mais tarde, com os reis Luís XIII e Luís XIV, iniciou-se o grande projeto de reunião dos dois palácios. Nessa fase, grandes escultores, pintores, artesão foram contratados para a decoração dos palácios. No entanto, o rei Luís XIV abandona o projeto e inicia a construção do palácio de Versailles, que se tornará residência real até a Revolução Francesa. E assim, ela trouxe o rei Luis XVI e sua família de volta para Tuileries. E logo foi instalado nele a instância dos dirigentes da Revolução. Desse modo, por iniciativa deles, é criado o Museu, em 10 de agosto de 1793, onde o público pôde visitar as antigas coleções reais. Apesar de vários períodos conturbados, das profundas mudanças políticas e do incêndio em maio de 1871, que destruiu Tuileries. O Louvre nunca deixou de ser museu, e suas coleções foram sendo enriquecidas com o passar dos anos. 

A grande reforma e o arquiteto "Ieoh Ming Pei"

No século XX, viu-se a necessidade de reestruturar o palácio para melhor aproveitamento do Museu. Sendo assim, o presidente François Miterrand resolveu a questão: mudou o ministério, fazendo com que o Louvre se dedicasse exclusivamente à cultura, e encarregou o arquiteto Ieoh Ming Pei, de realizar o projeto do Grande Louvre. Antes de falar do projeto, conhecer um pouco sobre Pei, nos fará entender um pouco das mudanças arquitetônicas que o Louvre sofreu. Ele nasceu em 1917, em uma tradicional e prospera família de Cantão, na China, e desde cedo sofreu as influencias da tradição chinesa, com seus valores familiares ligados à filosofia confucionista. Após terminar seus estudos iniciais, decidiu estudar arquitetura, e viajou para São Francisco e, posteriormente, para a Filadélfia. Ainda nos EUA, Pei estudou na Universidade da Pensilvânia e posteriormente no MIT (Massachusets Institute of Tecnology).
 O arquiteto
Ieoh Ming Pei
Em 1940 completou o bacharelado e se casou com uma estudante de Harvard, também vinda da China, que o encoraja e ajuda a também naquela Universidade conseguir uma bolsa de estudos. Cursando Harvard, Pei se envolve com um grupo de arquitetos denominado Walter Groups, com uma perspectiva moderna e simples da arquitetura, e contra, principalmente, às ornamentações desnecessárias. Os arquitetos ali reunidos buscavam uma melhor qualidade e condições de vida com a arquitetura proposta, sendo que cada desenho e projeto deveria ser claro, lógico e fácil de se visualizar. Pei vê cada novo projeto por ele desenvolvido como um novo desafio, que engloba três parâmetros fundamentais: o tempo, o espaço e a função. Todos eles estando sempre em constante equilíbrio, e presentes em cada projeto arquitetônico elaborado. 
Em suas construções, a geometria é uma constante, e é sempre limpa e clara. Ela está presente através de figuras geométricas simples, e combinadas de diferentes formas, pensadas para se harmonizarem com cada detalhe do projeto. Os prédios dele possuem também a característica de, vistos por fora, lembrarem grandes esculturas e blocos de monumentos, quase sempre monocolores, passando a impressão de estarem fechados, e trancados em si mesmos. Mas por dentro sua elegância é ressaltada, e as construções se mostram  intimidantes e muito luminosas, com vários efeitos de luz e sombra. 

A polêmica reforma

O projeto foi inaugurado no dia 15 de outubro de 1988. Como proposto pelo presidente, tinha como principal objetivo a renovação do espaço do Museu, tornando-o mais dinâmico e acessível aos visitantes,
abrindo também espaços novos para exposição. Além disso, outro objetivo mais ousado seria o de reintroduzir o Louvre às atividades e ao cotidiano da pulsante cidade de Paris e de seus habitantes.
Como um dos grandes problemas era a comunicação entre as diversas alas do palácio, Pei construiu uma pirâmide de aço e vidro, que possibilitava uma iluminação natural, ladeada por três pequenas pirâmides, todas circundadas por fontes de água e com uma escada que levava a um centro de informações, onde era possível escolher entre as direções possíveis: Sully (leste), Richelieu (norte) e Denon (sul).
O projeto, na época recebeu vários prêmios, mas foi também muito contestado e criticado, tanto por intelectuais e jornalistas, como também pela população francesa, em particular a parisiense. A crítica maior dizia respeito à pirâmide de vidro e aço, que por suas características arquitetônicas modernas tiraria a beleza do Museu do Louvre, possuidor de uma arquitetura palatal da época da nobreza e da realeza francesas.
Porém, hoje, a pirâmide de vidro não apenas é aceita e apreciada, como já é também um dos símbolos de identificação do Museu, conferindo uma marca de beleza e modernidade ao Louvre, um dos museus mais visitados do mundo. 

Uma estética bem vista

O Louvre é dividido nas três alas já citadas – Sully, Richelieu e Denon, e na parte oeste se encontra as muralhas do século XIV e o centro comercial. Dentro dessas alas o Museu possui oito departamentos: 
  • Antiguidades orientais, 
  • Antiguidades egípcias, 
  • Antiguidades gregas, etruscas e romanas, 
  • Pinturas, 
  • Esculturas, 
  • Objetos de arte, 
  • Artes gráficas e 
  • Arte islâmica.

1796 - Pintura de Robert mostrando um projeto
para a Grande Galeria do Museu do Louvre,
em Paris
Dentre as obras do Museu, algumas possuem mais destaque que as outras e são colocadas em posição ressaltada como, por exemplo: A Monalisa de Leonardo da Vinci (óleo sobre tela, 1503-19), e a Vênus de Milo, Alenxandros de Antióquia. A disposição das obras de arte no Louvre mostra que o espaço em que elas estão inseridas e sua localização foram pensadas e planejadas, não sendo uma disposição aleatória. Isso é muito significante se levarmos em conta que o modo como são dispostas e colocadas no espaço do Museu modificam a percepção dos visitantes a uma lógica buscada e construída pelo Louvre, que faz tal disposição com o intuito de passar idéias, pensamentos e sentimentos muitas vezes não percebidos e inconscientes. Essa lógica é diversa, muitas vezes com intuitos diferentes de acordo com a obra escolhida e, certamente, passível de crítica e de outros pontos de vista e interpretações.
Mas ela é existente e significante, pois percebemos sua influencia e tiramos percepções que vão desde o deslumbre e contentamento, até o choque e euforia ao nos depararmos com uma obra colocada estrategicamente em um contexto espacial criado pelo Museu.
Peguemos por exemplo a famosa estátua, que hoje se encontra no Louvre, da Vitória de Samotrácia. Sua localização no alto e final da escadaria Darú sob um pedestal de pedra que a eleva alguns metros acima dos visitantes que a observam ao andarem ao seu redor, passa a ideia de independência e altivez da estátua, que abre suas asas no ponto mais alto da escada e parece querer voar sobre todos que a observam por baixo. 
Nenhuma outra obra se encontra por perto não por acaso, mas para ressaltar essa impressão, assim como sua localização e o tamanho e tipo do suporte utilizado, que por sua característica também isola a estátua ao impedir um olhar mais de perto e até mesmo a possibilidade de contato entre ela e os visitantes, que devem contemplá-la, admirá-la, como se ela fosse uma grande personagem a se exibir em seu palco meticulosamente montado. Ao observar o Louvre internamente é possível notar várias diferenças, de uma sala para outra, na forma como as pinturas e esculturas são distribuídas. Ao mesmo tempo em que ele conserva salas com estilo totalmente antigo que parecem estar praticamente intactas desde sua formação, a partir das reformas iniciadas com o projeto do Grande Louvre, algumas partes do museu ganharam novas aparências, com aberturas no teto para a entrada de luz natural e nova disposição das pinturas.
Um fato interessante foi a nova forma que dispuseram a pintura da Monalisa. Além de estar atrás de um vidro, contém também uma barreira que impede do público se aproximar muito da obra. Além disso, é possível verificar como o museu dá mais destaque a algumas obras do que a outras. Enquanto o próprio quadro da Monalisa se encontra isolado devido sua importância, a partir da fama que adquiriu, outros quadros não tão famosos são dispostos lado a lado, sem qualquer alusão de proeminência. E isso não ocorre somente com os quadros, mas com as esculturas também, como citado história anteriormente. O Museu do Louvre faz parte da viagem de quem chega a Paris. Ele faz parte da França e da história mundial.

Fonte: http://www.unicamp.br/chaa/PDFTrabs/MI-LouvrePei.pdf - texto de autoria de: Cristiane Braga; 
Gustavo Garotti; Késia Corteze e Thaís Freiria
Complementos do texto: Bruto Informativo da História
Página de acesso: http://www.louvre.fr/