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sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

A grande Esfinge Egipcia e a lenda da Esfingie Grega

A grande esfinge está situada na borda do planalto de Gizé, ao sul do complexo da Grande Pirâmide e perto do templo do vale da pirâmide de Kéfren (c. 2520 a 2494 a.C.), o qual fica à sua direita e que originalmente ficava junto ao rio Nilo. Existe ainda o assim chamado templo da esfinge, uma estrutura retangular que fica situada diretamente à frente das patas dianteiras. No centro do que parece ser o que restou de uma antiga pedreira. Apenas sua cabeça e um pouco da parte superior de suas costas se projeta acima da elevação geral do planalto que a circunda. O corpo da esfinge está postado num eixo leste/oeste e para esculpi-lo os operários escavaram um fosso ao seu redor, de tal maneira que hoje ela se encontra em uma depressão. A área livre ao seu redor estreita-se um pouco na extremidade oeste posterior. Há uma elevação inacabada junto à parede traseira oeste ligeiramente acima do resto do piso da área que circunda a esfinge. As pedras calcárias retiradas do local para criar a forma do corpo foram usadas para construir o templo da esfinge e o templo do vale, os quais a seguir foram revestidos com granito vindo de Assuão. A enorme figura é formada por um outeiro rochoso de pedra calcária que não fora usado pelos construtores da pirâmide de Kéops (c. 2551 a 2528 a.C.) na sua busca pela pedra necessária à edificação do monumento e que, na época de Kéfren, foi transformado em um imenso leão deitado com cabeça humana. O templo do vale de Kéfren se liga a uma calçada que vai no sentido oeste/noroeste até sua pirâmide. A calçada corre acima e ao longo da parede sul do muro que cerca a esfinge. O templo mortuário de Kéfren situa-se a leste da pirâmide deste faraó no planalto superior, atrás da esfinge. A cabeça, voltada para o nascente, e a parte anterior do corpo foram cinzeladas na rocha viva, completando-se o corpo e as patas com tijolos. Supõe-se que tenha sido revestida de uma camada de gesso e pintada. Seu comprimento é de 73 metros e 15 centímetros, sua altura de 20 metros e 12 centímetros e a largura máxima da face é de quatro metros e 17 centímetros. Só a boca mede dois metros e 30 centímetros, enquanto que o comprimento do nariz pode ser calculado em, aproximadamente, um metro e 70 centímetros e o das orelhas é de um metro e 32 centímetros. Na cabeça traz um toucado real. Quase nada resta atualmente da serpente Uraeus na testa e da barba no queixo, que eram outros símbolos da realeza do faraó. Pensam os arqueólogos que a face representa o rei Kéfren e que tanto a esfinge quanto os dois templos citados foram erguidos por ordem dele. Uma imagem, também provavelmente desse faraó, foi esculpida no peito, mas pouquíssimo resta dela. Em diferentes épocas do passado, blocos pequenos ou grandes de pedra calcária foram aplicados para proteger ou revestir partes da figura, principalmente nas partes mais baixas do monumento.
Entre as patas estendidas do leão, existe uma grande laje de granito vermelho contendo uma inscrição que registra um sonho tido por Tutmósis IV (c. 1401 a 1391 a.C.), faraó da XVIII dinastia (c. 1550 a 1307 a.C.), antes de ascender ao trono. Conta ela que certa vez, ao caçar, o príncipe resolveu descansar do forte calor do meio-dia à sombra do monumento e adormeceu. Na época a esfinge era idenfificada com o deus-Sol Harmakhis e este apareceu em sonho ao príncipe e lhe prometeu entregar a Coroa Dupla do Egito se o rapaz mandasse retirar a areia que havia quase que totalmente coberto o corpo da esfinge. Embora a inscrição esteja grandemente danificada em sua parte final, pode-se deduzir que Tutmósis IV realizou o que lhe foi pedido e, em recompensa, tornou-se faraó.
A palavra egípcia que designava a esfinge era shesep-ankh, que significa imagem viva, e que os gregos traduziram erroneamente por sphigx, que significa atar, ligar, uma vez que a esfinge é composta por um elemento animal e outro humano ligados entre si. Durante a XVIII dinastia ela foi chamada de Hórus no Horizonte e Hórus da Necrópole.


Na mitologia egípcia — nos esclarece I.E.S.Edwards — o leão frequentemente figura como o guardião dos lugares sagrados. Como ou quando essa concepção surgiu primeiro não se sabe, mas provavelmente data da mais remota antiguidade. Como tantas outras crenças primitivas, foi incorporada pelos sacerdotes de Heliópolis ao seu credo solar, sendo o leão considerado como guardião dos portões do mundo subterrâneo nos horizontes leste e oeste. Na forma de esfinge, o leão retém a função de sentinela, mas lhe são dadas as características humanas do deus-Sol Atum. Uma inscrição, que data de um período consideravelmente posterior ao tempo de Kéfren, põe as seguintes palavras na boca da esfinge:

Eu protejo a capela do teu túmulo. Eu guardo tua câmara mortuária. Eu mantenho afastado os intrusos. Eu jogo os inimigos no chão e suas armas com eles. Eu expulso o perverso da capela do sepulcro. Eu destruo os teus adversários em seus esconderijos, bloqueando-os para que não possam mais sair.

Uma possível razão para a identificação das características do deus-Sol com aquelas do rei morto pode ser a crença heliopolitana de que o rei, após a sua morte, realmente torna-se o deus-Sol. A esfinge gigante representaria, assim, Kéfren como o deus-Sol atuando como guardião da necrópole de Gizé.

A lenda Grega:
O mito de Édipo, no entanto, sobretudo depois de imortalizado pela tragédia Édipo rei, de Sófocles, privilegiou de tal forma uma delas que as demais caíram no esquecimento.
Criatura monstruosa com corpo de leão, cabeça humana e asas, na representação mais comum, a esfinge, monstro devorador, foi um importante tema mitológico nas antigas civilizações egípcia e mesopotâmica. Na Grécia, literatura e arte se inspiraram freqüentemente no mito de Édipo e da esfinge. Esta, segundo a lenda, aterrorizava os habitantes da cidade de Tebas e matava os que não conseguiam resolver o enigma por ela proposto: "Que animal caminha com quatro pés pela manhã, dois ao meio-dia e três à tarde e, contrariando a lei geral, é mais fraco quando tem mais pernas?" Édipo conseguiu decifrar o enigma, dizendo que era o homem; ele engatinha quando bebê, anda com duas pernas ao longo da vida e precisa de um bastão na velhice. Ao ouvir a resposta, a esfinge, derrotada, jogou-se num abismo.

Matérias retiradas:
(1)http://www.fascinioegito.sh06.com/
(2)http://www.coladaweb.com/
Foto-Jon Bodsworth
Ilustração- Edípo & Esfinge (Worldpress)