O mistério em torno da identidade de Jack, o Estripador, ultrapassou a barreira do tempo. Hoje, mais de 115 anos após os assassinatos que alarmaram o bairro londrino de Whitechapell, o fascínio diante dos crimes ainda persiste. Jack é considerado o primeiro serial killer do mundo moderno e seu caso é tido como o maior enigma da história criminal. As mortes tinham características em comum: todas as vítimas estavam bêbadas ou haviam bebido, eram prostitutas e tinham ventre dilacerado e os órgãos extirpados. Não há evidências de que as mulheres se conheciam.
Não é certo o número de mulheres assassinadas pelo Estripador. O número mais aceito é o de cinco vítimas, mas há versões que apontam de quatro a sete mortes. O primeiro crime atribuído a ele ocorreu no dia 31 de agosto de 1888, na viela Buck’s Row. Um homem a caminho do trabalho encontrou o corpo de Mary Anne Nichols, conhecida como Polly, na calçada. A garganta estava cortada de uma orelha a outra, e a lâmina penetrou até a coluna vertebral. O crime foi atribuído a uma gangue de exploradores de prostitutas.A vítimas de Jack |
A última vítima: Mary Lane |
Os suspeitos
Ao longo das investigações, vários suspeitos foram levantados. Até hoje não se chegou a uma conclusão, mas muitas pessoas são apontadas como possíveis autores dos crimes, como o príncipe Albert Victor, o doutor Neill Cream e Walter Sickert. Mas ainda há muitas controvérsias. O príncipe Albert, por exemplo, não teria os conhecimentos anatômicos suficientes demonstrados pelo criminoso. Dono de distúrbios de temperamento e com indefinição de preferências sexuais, tanto o príncipe, apelidado de Eddy pela família Real, quanto seu amante - por um tempo seu tutor, o nobre James Stephen - foram suspeitos de ser o Estripador, isoladamente ou em cumplicidade
Em 1993 descobriu-se um diário de James Maybrick, um comerciante de algodão que dizia ser o Jack, Estripador. Outros já haviam dito o mesmo, como um anônimo médico do St. George Hospital. Muitos desconfiam que o assassino poderia ter sido Joseph Barnett, companheiro de Mary Jane Kelly, que odiaria a vida que a mulher seguia, matando suas colegas para demovê-la da prostituição, e, depois, matando-a por seu plano não ter surtido efeito.
Outro médico suspeito teria sido o americano Francis Tumblety, que visitava Londres freqüentemente, odiava mulheres e costumava colecionar órgãos humanos, como úteros de mulheres. O doutor Neil Cream, que envenenou quatro prostitutas com estricnina, também é tido como suspeito. Por estes crimes, foi enforcado em 1892. No cadafalso, suas últimas palavras para o carrasco são: 'Eu sou Jack ...'. Contudo, no momento dos assassinatos, Cream estava preso em Illinois, nos Estados Unidos.
As técnicas de investigação policial evoluíram muito de 1888 para agora. Mas o mistério em torno de Jack, o Estripador, ainda permanece. Patrícia Cornwell chegou perto de desvendar a história, como mostra o livro 'Retrato de um Assassino'. Mas ainda restam dúvidas.
Texto por Tatiana Napoli
Fonte: http://revistaepoca.globo.com
Fotos: Google Image