"Quando eu e minha esposa nos debruçávamos pela janela no convés de passeio (...) ouvi um estampido seco vindo de cima, pouco mais alto que uma garrafa de cerveja sendo aberta. Voltei os olhos para o nariz da nave e notei um brilho róseo delicado, como se o sol estivesse para nascer. Imediatamente compreendi que o dirigível estava em chamas."
"É uma das piores catástrofes do mundo. É um acidente terrível, senhoras e senhores... E os passageiros todos!"
A equipe de solo teve de correr para salvar suas vidas. Um de seus membros se lembrou daquele instante horrendo:
"Começamos a correr o mais rápido que podíamos, rezando na mesma velocidade. O calor, a luz e a fumaça da explosão do hidrogênio, e a percepção de que estávamos sob um enorme monstro em chamas que afundava nos deixou com a sensação de estarmos presos... O monstro inflamável caiu logo atrás de nós, a parte traseira batendo no chão primeiro. (...) Correndo com a cabeça virada para trás, ouvi uma mensagem do alto-falante: “Vocês estão em segurança, voltem e nos ajudem".
Todos os que tinham condições de ajudar correram de volta para os destroços em chamas para tentar resgatar os sobreviventes. Incrivelmente, 61 das 97 pessoas a bordo foram retiradas com vida
A teoria do hidrogênio
Logo depois do acidente, imediatamente presumiu-se que o hidrogênio no dirigível de alguma forma se incendiara, realizando as previsões de muitos que avisavam que hidrogênio era muito perigoso para ser usado em transporte público. Na verdade, uma nave menor, a Graf Zeppelin, lançada em 1928 pela primeira vez, já havia transportado mais de 18 mil passageiros em 144 vôos transatlânticos sem nenhum problema. Mas o desastre do Hindenburg foi, apesar disso, um golpe fatal para a indústria dos dirigíveis.
As investigações conduzidas pelos governos norte-americano e alemão concluíram que um vazamento de hidrogênio fora a causa, devido talvez a uma correia solta. Relatórios oficiais afirmaram que uma mistura de ar e hidrogênio se acumulara sob a cobertura do dirigível, e inflamou-se com uma faísca causada pela tempestade. Curiosamente, nenhum dos sobreviventes se lembrava de ter sentido um cheiro forte antes do acidente, embora o gás tivesse sido aromatizado a alho para que qualquer vazamento fosse identificado rapidamente. Nos anos subseqüentes houve boatos de que as investigações tinham sido falsas e que a tragédia não fora acidental. Hermann Goering, ministro da Aviação do Terceiro Reich, deixou escapar que suspeitava de sabotagem. Graças à “síndrome de Hindenburg” o uso do hidrogênio como recurso energético foi descartado.
Coube ao pesquisador da NASA Addison Bain descobrir a verdade, mais de 60 anos depois do desastre. Gerente do programa de hidrogênio no Centro Espacial Kennedy, Bain questionava as explicações oficiais sobre o desastre do Hindenburg. A mídia referia-se invariavelmente à explosão do Hindenburg, embora a filmagem mostrasse com clareza que o balão queimara lentamente, levando 34 segundos para ir ao chão. Uma explosão de hidrogênio teria destruído o dirigível, matando instantaneamente todos a bordo e muitos no chão.
Veja o filme de 1937:
Fonte: Seleções do Reader's Digest, do livro " A Verdade por Trás da História"
http://pessoas.hsw.uol.com.br/o-inflamavel-hindenburg.htm
Imagens: rashmanly.wordpress.com
Vídeo: Youtube/(Bristish Pathe 1937) http://www.youtube.com/watch?v=CgWHbpMVQ1U&feature=fvwrel