Oskar Schindler nasceu a 28 de Abril de 1908 em Zwittan na Checoslováquia. Os vizinhos mais próximos eram uma família de judeus ortodoxos cujos dois filhos se tornaram nos melhores amigos de Oskar A família era uma das mais ricas e respeitadas de Zwittan, mas em resultado da grande depressão dos anos 30 a empresa da família foi à falência. Oskar Schindler ficou desempregado, e juntou-se como muitos outros alemães na sua situação ao Partido Nazista. Foi recrutado pelos serviços secretos alemães para recolher informações sobre os polacos. Esta atividade tornou-o muito considerado e estimado e permitiu estabelecer muitos contatos com oficiais nazis, o que lhe viria a ser muito útil mais tarde.
Oskar Schindler (o terceiro a esquerda) entre membros da SS |
Após a anexação dos Sudetos em 1938. No início da Segunda Guerra Mundial, deixou a sua mulher em Zwittan e foi para Cracóvia, Polônia a fim de ganhar dinheiro aproveitando-se da situação. Com dinheiro de judeus, reabriu uma antiga fábrica de panelas e converteu-a para produção de armamento, empregando 350 judeus, uma vez que estes eram mão de obra barata. A origem destes trabalhadores era o Gueto de Cracóvia, local onde todos os judeus da cidade foram escondidos.
A fábrica de Oskar Schindler em Cracóvia |
Em março de 1943, o gueto foi ativado e os moradores que não foram no local foram enviados para o campo de concentração de Plaszow. Os operários de Schindler trabalhavam o dia todo em sua fábrica e à noite voltavam para Plaszow. Apesar da família Schindler ter à sua disposição uma enorme mansão junto a fábrica, Ele compreendeu o medo que os judeus tinham das visitas nocturnas das SS. Em Plazow, Schindler não passou uma única noite fora do pequeno escritório da fábrica.
Quando, em 1944, os administradores de Plaszow receberam ordens de desativar o campo, devido ao avanço das tropas russas - o que significava mandar os seus habitantes para outros campos de concentração onde seriam mortos - Oskar Schindler convenceu-os através de suborno que necessitava desses operários "especializados" e criou a famosa Lista de Schindler. Os judeus integrantes desta lista foram transferidos para a sua cidade natal de Zwittau-Brinnlitz, onde colocou-os em uma nova fábrica adquirida por ele (Brnenec).
A fábrica de Oskar Schindler em Brnenec |
Até à Libertação na Primavera de 1945. Oskar Schindler procurou assegurar de todas as maneiras possíveis a segurança dos "seus judeus". Gastou todo o seu dinheiro e mesmo as jóias da sua mulher para comprar comida e medicamentos. Criou um sanatório secreto na sua fábrica com equipamento médico comprado no mercado negro. Aqui, Emile Schindler, a sua mulher, tratava os doentes. Àqueles que não sobreviveram foi dado um funeral judeu (num lugar escondido) pago por Schindler. Através dos seus contatos nos círculos militares e industriais em Cracóvia e Varsóvia e finalmente foi a Berlim para salvar os "seus judeus" de uma morte certa. Com a sua vida em perigo usou todos os seus poderes de persuasão, subornou sem qualquer medo, até conseguir.
Durante estes anos de guerra, milhões de judeus foram mortos nos campos de concentração polacos como Treblinka, Majdanek, Sorbibor, Chelmno e Aushwitz (mesmo junto à fábrica de Oskar Schindler). 1.200 judeus entre homens, mulheres e crianças foram salvos de perecer em um campo de concentração . Nos últimos dias da guerra, antes da entrada do exército russo na Morávia em Maio de 1945, Schindler juntou toda a gente na fábrica e despediu-se com muita emoção. conseguiu ir para a Alemanha em território controlado pelos Aliados (americanos e ingleses) e livrou-se de ser preso devido aos depoimentos dos judeus a quem ajudara.
Passada a guerra, a vida de Schindler passou por uma série de fracassos. Tentou sem sucesso ser produtor de cinema e ficou privado da sua nacionalidade imediatamente a seguir à guerra. Na sequência de ameaças contra a sua vida que antigos nazis lhe fizeram pediu permissão aos E.U.A. para ir para a América, tendo-lhe sido recusado o visto por ter pertencido ao Partido Nazi. Depois disto fugiu para Buenos Aires na Argentina. Fixou-se como agricultor em 1946 tendo sido financiado pela organização da União dos Judeus e também de judeus agradecidos que nunca o esqueceram.
Ele e a esposa Emilie Schindler foram agraciados com uma pensão vitalícia do governo de Israel em agradecimento aos seus atos humanitários. O seu nome foi inscrito, junto a uma árvore plantada no centro da cidade por ele, na avenida dos Justos entre as Nações do museu do holocausto do Yad Vashem em Jerusalém, ao lado do nome de outras cem personalidades não judias que ajudaram os judeus durante o Holocausto. Uma estátua no Parque dos Heróis louva-o como o salvador de mais de 1200 judeus. Durante a guerra tornou-se próspero, mas gastou o seu dinheiro com a ajuda prestada aos judeus que salvou e com empreendimentos que não deram certo após o término da guerra.
Viveu na Alemanha na cidade de Hildesheim (Rua Goettingstrasse 30 no bairro Weststadt) entre 1971 e 1974 e morreu pobre num hospital em Hildesheim no dia 9 de outubro de 1974, com 66 anos de idade. Foi enterrado no cemitério cristão (ele era católico) no Monte Sião em Jerusalém com honras de herói
Túmulo de Oskar Schindler em Jerusalém |
Oskar Schindler foi descrito como um cínico, um explorador ganancioso de escravos durante a 2ª Guerra Mundial, um mercador que fazia comércio no mercado negro, jogador, membro do Partido Nazi eternamente à procura de lucro, um playboy alcoólico, um desavergonhado, um mulherengo do pior tipo. É então que Oskar Schindler decide arriscar um plano para desviar judeus do seu destino provável nas câmaras de gás. Na sua fábrica situada no campo de trabalho em Plazow, nem os guardas nem ninguém sem autorização de Schindler é autorizado a entrar na sua fábrica. Na sua fábrica os trabalhadores passam menos fome que noutras instalações do mesmo gênero Quando a quantidade de comida atinge o limite crítico, Schindler compra-a no mercado negro. Os idosos são registados como jovens de 20 anos e as crianças, registadas como adultos. Advogados, médicos e artistas eram registados como metalúrgicos e mecânicos – tudo para poderem sobreviver como elementos essenciais para a industria de guerra. Na sua fábrica ninguém é torturado, espancado ou enviado para as câmaras de gás. Schindler salvou os judeus deste destino.
Hoje há mais de 6000 descendentes dos "judeus de Schindler" a viver nos E.U.A., na Europa e em Israel. Antes da 2ª Guerra Mundial, a população judaica da Polónia era de 3,5 milhões. Hoje são entre 3000 e 4000 pessoas.
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Oskar_Schindler
http://www.eb23-diogo-cao.rcts.pt/Trabalhos/nonio/xx/schind/schin.htm
Imagens: pt.wikipedia.org/wiki/Oskar_Schindler