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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

A história do relógio

O relógio, em vários formatos, é utilizado como medidor do tempo desde a Antiguidade. Os mais antigos eram os relógios de sol provavelmente usados pelos gnômons. A história registra que, mais ou menos em 600 a.C., na Judéia, apareceram os relógios de água (clepsidras) e os relógios de areia (ampulhetas). Em 850 d.C., Pacífico, o Arcebispo de Verona, construiu um relógio mecânico baseado em engrenagens e pesos. Existem controvérsias sobre a construção do primeiro relógio mecânico. Uma corrente considera como construtor o monge francês Gerbert, que foi papa com o nome de Silvestre II. Outros grandes construtores e aperfeiçoadores dos relógios foram; Ricardo de Walinfard (1344), Santigo de Dondis (1344) e o seu filho João de Dondis, que ficou conhecido como "Horologius" e Henrique de Vick (1370).
O primeiro relógio de bolso foi construído em Nuremberg por Pedro Henlein. Finalmente, em 1595, Galileu Galilei descobre a Lei do Pêndulo, ou seja, 2.200 anos depois do primeiro relógio feito na Judéia.
Com os relógios mecânicos surgiu uma grande variedade de técnicas de registro da passagem do tempo. Os relógios deste tipo podem ser de pêndulo, de quartzo ou cronômetros. Os relógios mais precisos são os atômicos.

O RELÓGIO MECÂNICO

Apesar de alguns historiadores afirmarem ser I-Hsing (682-727), monge budista, matemático e astrônomo, o inventor do primeiro Relógio Mecânico, somente se tem notícias do surgimento desses dispositivos na Europa, no final do século XIII. Costumavam ser instalados em Igrejas ou em pequenas torres públicas das cidades européias. O mais antigo deles foi instalado na Igreja de Santo Eustórgio, em Milão, na Itália, em 1309. Em Pádua, também na Itália, Giovanni de Dondi (1318-1389) construiu, em 1364, um relógio com sete mostradores relacionados a dados astronômicos e um oitavo para marcar o tempo. Esse relógio foi instalado na Biblioteca do Castelo Visconti.
Na torre da Catedral de Salisbury, Inglaterra, em 1386, e em uma outra torre construída em 1389 na cidade de Rouen, França, foram instalados relógios cujo tempo era medido pelo movimento mecânico periódico de uma pesada barra empurrada, ora num sentido, ora noutro, por uma roda dentada que avançava por um espaço de dente a cada oscilação dupla, roda, esta, que era movida por um peso suspenso em um tambor. Por serem movidos por pesos, os relógios tinham de ser fixados em posição vertical para que funcionassem corretamente.

Fillipo Brunelleschi
O arquiteto florentino Fillipo Brunelleschi (1377-1446), por volta de 1410, construiu relógios que usavam uma mola em espiral, que funcionava como corda. Em 1510, o serralheiro alemão Peter Henlein (1480-1542) aperfeiçoou o mecanismo de corda, que possibilitou o surgimento dos primeiros relógios mecânicos portáteis e/ou de dimensões reduzidas, que passaram a ser fabricados na Inglaterra, França e Suíça. O primeiro relógio de bolso surgiu em Nuremberg, em 1542, e tinha forma ovóide. Embora a indicação das horas através de mostradores e ponteiros tenha surgido em meados do século XIV, a maioria desses relógios não os possuía (a hora era assinalada por uma campainha) ou tinha um único ponteiro que marcava horas e quartos de hora. Com a descoberta das oscilações pendulares – “o tempo de oscilação do pêndulo independe de sua amplitude” - por Galileu Galilei (1564-1642), no final do século XVI, passou-se a utilizar o pêndulo para a construção de relógios mais precisos. O astrônomo, físico e matemático holandês Christiaan Huygens (1629-1695), em 1657/1658 utilizou o mecanismo dos pêndulos para regular relógios. Isaac Thuret, em 1675, incorporou a mola de balanço (inventada por Huygens) ao relógio de pêndulo, conseguindo uma precisão de dois minutos por dia.
Em 1715, o inglês George Grahan (1674-1751) introduziu um mecanismo de compensação para os pêndulos, que controlava a variação da temperatura. A partir daí, relógios mecânicos cada vez mais precisos e sofisticados foram sendo inventados.

O RELÓGIO ELÉTRICO

O relógio de
Zamboni
Em 1830, o físico Zamboni, de Verona, utilizou pela primeira vez, com sucesso, a eletricidade em um dispositivo de medição do tempo. Ele fez a experiência de colocar um pêndulo para funcionar através da eletricidade, invento que gerou uma verdadeira revolução no campo relojoeiro, abrindo novas perspectivas na arte de medir o tempo. No final do século XIX, muitos inventores das mais variadas nacionalidades criaram outros relógios com dispositivos eletromagnéticos de carga. No entanto, esses relógios só se difundiram mais tarde, com a invenção e difusão comercial das pilhas secas. Tem-se notícias de seu uso doméstico apenas por volta de 1920.



O RELÓGIO ELETRÔNICO

A válvula termoiônica ou eletrônica foi criada a partir das pesquisas de Du Fay, em 1733, De Becquerell, em 1853 e de Edison, que descobriu, em 1884, a emissão termoiônica. No entanto, esta válvula só pode ser utilizada em 1907, quando Lee Forest conseguiu adaptá-la para o uso em transmissões de telegrafia sem fios. A partir de então, a eletrônica se desenvolveu e, em 1930, Morrison, nos laboratórios da Bell Telephone de New York, construiu o primeiro relógio a cristal de quartzo. Esses relógios eram enormes e consumiam grande quantidade de energia.
O surgimento dos transistores, em 1948, permitiu que se construíssem relógios eletrônicos de volume reduzido e mínimo consumo de corrente elétrica. No final da década de 50, teve início a miniaturização dos relógios de quartzo. Em 1960, cientistas e técnicos da empresa Bulova apresentaram o primeiro relógio de pulso provido de um circuito eletrônico – o Accutron. Em 1969, o Professor Dimas de Melo Pimenta produziu industrialmente o Quartzo-Point, o primeiro relógio de ponto eletrônico do mundo.

O RELÓGIO DE PULSO 
Os primeiros relógios usados pelas pessoas foram os relógios de bolso. Eram muito raros e tidos como verdadeiras jóias, pois poucos tinham um. Os relógios de bolso eram símbolo da alta aristocracia.
Comenta-se que foi Santos Dumont quem inventou os relógios de pulso. Durante um vôo, estando com as mãos ocupadas, ele tinha dificuldade de tirar seu relógio do bolso.
O relógio de pulso na verdade foi inventado pela empresa Patek Philippe no fim do século XIX, embora seja costume atribuir, erroneamente, a Santos Dumont os louros da invenção desta modalidade de relógio. A Princesa Isabel, então exilada na França, deu a ele uma medalha de São João Batista. Preocupado que o uso da medalha no pescoço pudesse machucá-lo, colocou-a no pulso. Então teve a idéia de amarrar um relógio no pulso para controlar melhor seus tempos de vôo. Santos Dumont encomendou então a seu amigo joalheiro, Louis Cartier, um relógio que ficasse preso ao pulso, para que ele pudesse cronometrar melhor suas experiências aéreas.
Em março de 1904, Cartier apresentou a ele o que é considerado erroneamente o primeiro relógio de pulso do mundo, batizado de Santos, com pulseira de couro. Entretanto, relógios de pulso já eram conhecidos e usados anteriormente. O que acontecia é que eram adereços essencialmente femininos e eram geralmente feitos sob encomenda. Na verdade, a Santos Dumont coube a popularização do relógio de pulso entre os homens. A Primeira Guerra Mundial foi o marco definitivo no uso do relógio de pulso, já que os soldados precisavam de um jeito prático de saber as horas.

Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-do-relogio/historia-do-relogio-3.php
www.educar.sc.usp.br  & www.citizen.com.br
Fotos: Google image