Um país que não tinha nexo geograficamente físicos com a guerra era o Japão. Longe demais dos países europeus do Eixo (Alemanha e Itália), os japoneses só tinha um interesse apenas na guerra: Ampliar seus domínios no extremo asiático, conquistando pelo oeste, a China (um pequeno território) e outros países continentais como os territórios da Manchúria e a península Coreana e ao leste, as ilhas do Pacífico Sul (alguns sob jurisdição de países europeus como a França e Grã Bretanha, e outros pelo EUA). O Japão desenvolvia um grande arsenal para a guerra e seus soldados eram bem treinados e dedicados aos atos de batalha (podendo até dizer: meramente extremistas). A união com os países do Eixo tinha um objetivo sinistro: "Confrontar os Estados Unidos diretamente." Uma decisão totalmente suicida em provocar uma Grande Potência Ocidental, mas que por pouco eles poderiam ter conseguido... Se o desfecho dessa guerra não terminasse em uma tragédia desproporcional para o próprio povo japonês.
A Segunda Guerra Sino-Japonesa
Soldados Japoneses |
A Segunda Guerra Sino-Japonesa foi travada de 1937 a 1945 entre a China e o Japão, antes e durante a Segunda Guerra Mundial. Apesar dos conflitos permanentes entre as duas nações existirem desde 1931, chamados de “incidentes”, a guerra em larga escala começou em julho de 1937 e só terminou com a rendição incondicional do Império Japonês aos Aliados em setembro de 1945.O motivo principal dos incidentes seria a intenção de anexação de territórios chineses pelo Império Japonês, que iniciava uma nova fase de colonialismo baseado no militarismo. A China, apesar de seu imenso território e população, passava por um período de franca decadência, iniciada ainda no sec. XIX, passando pelo fim da monarquia e com uma guerra civil entre o governo republicano capitalista e a frente comunista liderada por Mao Tse-tung. Este cenário foi perfeito para as intenções japonesas de anexação da Manchúria e da península da Coréia.
A palavra “incidente” (jihen, em japonês) era usada pelos japoneses já que nenhuma nação tinha até então declarado guerra uma à outra. Os japoneses na verdade queriam evitar a intervenção de outras potências no conflito asiático, como a Grã-Bretanha e principalmente os Estados Unidos, principal exportador de aço e petróleo para o país, caso as escaramuças locais fossem chamadas de guerra.
As raízes da discórdia
Primeira Guerra Sino-Japonesa de 1894-1895 |
A partir de 1915, com novas demandas do governo japonês para incrementar seus interesses comerciais e políticos na China, diversos conflitos de pequena monta aconteceram entre os dois países, em que uma China fragmentada entre tantos poderes locais era incapaz de resistir a incursões estrangeiras em seu território. Esta situação durou até 1928, quando um exército criado pelo Kuomintang e chamado de Expedição Norte, invadiu a Manchúria na tentativa de depor Zhang Zuolin e unificar a região ao resto do país, envolvendo-se em conflitos locais com forças japonesas e do exército chinês de Zuolin, no chamado Incidente de Jinan. Com o assassinato do senhor da Manchúria no decorer do ano, após ele ter se mostrado mais resistente a uma cooperação com os japoneses devido às incursões armadas de forças chinesas em seu território, o governo do Kuomintang sob o comando de Chiang Kai-shek finalmente uniu a região ao resto do país. Esta unificação, porém, unificou o país apenas no papel. Diversos conflitos entre senhores locais e forças do governo central eclodiram, levando a China a guerras internas em diversas regiões do país, entre os senhores da guerra locais e as facções do Kuomintang na região. Além disso, os comunistas chineses iniciaram uma revolta contra o governo de Pequim, transformando a China num caldeirão interno de efervescentes conflitos. A decisão central de combater estas revoltas regionais e estabelecer uma política de primeiro resolver a situação interna para depois cuidar dos interesses e da segurança externa chinesa, deu aos japoneses a oportunidade de levar adiante sua política de agressão armada ao país.
O confronto
Xangai 1937: num das mais famosas fotos da guerra, bebê chora abandonado entre os destroços da estação ferroviária da cidade, bombardeada pelos japoneses. |
Em 1931, o Incidente de Mukden propiciou a invasão da Manchúria por tropas japonesas. Os combates que se seguiram terminaram cinco meses depois com a instalação do Estado fantoche de Manchukuo na região, com o último imperador chinês, Puyi, sendo entronado à frente do governo. Sem condições de enfrentar o Japão em confronto direto, a China apelou à Liga das Nações, que condenou e expulsou os japoneses da organização. Escaramuças armadas posteriores entre os dois povos durante a década de 30, desembocaram no Incidente da Ponte Marco Polo, em 7 de julho de 1937, que a maioria dos historiadores reconhece então como sendo o início da guerra aberta ente China e Japão. Após esta batalha, o Japão invadiu o território chinês, bombardeando e ocupando Xangai, Nanquim e a região sudoeste da China com mais de 350 mil soldados contra uma força superior em número de chineses, dando início a um conflito em larga escala entre os dois países sem que houvesse uma declaração de guerra formal. Os massacres que se seguiram contra a população civil em Nanquim, após a queda da cidade em dezembro de 1937 - mais de 300 mil civis mortos, segundo historiadores chineses e ocidentais e negado pelo Japão - levariam diversos oficiais japoneses à forca por crimes de guerra ao fim da Segunda Guerra Mundial.
A invasão japonesa provocou a união entre as diferentes forças e facções políticas da China,nacionalistas e comunistas, apesar das desconfianças mútuas, e foi forjado praticamente à bala, quando Chian Kai-chek foi seqüestrado no Incidente de Xi’an e obrigado a assinar um acordo político com os comandantes comunistas. Entretanto, as constantes divergências entre os dois grupos políticos começaram a rachar a aliança ainda em 1938, do que se aproveitaram os japoneses para se instalarem ainda mais em território chinês, conquistando mais terras no noroeste e na região costeira, além da rica região do vale do Rio Yang-Tsé, na região central do país, o que levou o governo central do Kuomintang a ter que lutar em duas frentes ao mesmo tempo, interna contra os comunistas e contra o inimigo externo japonês.
Ocupação
Soldados Chineses |
Tropas japonesas desembarcam em Shangai em 1938 durante a Guerra |
Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Sino-Japonesa
Imagens: Worldpress