Pense na sua cervejinha gelada ou num sorvetinho de morango com chantili...
Pinguim não é brega, mas se ela estiver vazia... Ai é triste! |
Pode parecer estranho, mas o refrigerador, como nós conhecemos, terá um século de existência. Apesar da existência milenar de depósitos de gelo acumulados no frio inverno, em regiões temperadas que ocorriam neve e frio mais intenso, o gelo era conservado por longa temporada até servirem de fonte de refrigeração em períodos mais quentes como primavera e verão. Quando o gelo derretia, ele era substituído por gelo comprado nos depósitos comerciais (Estes, obtidos em geleiras nos lugares mais extremos da Terra). Nos hemisférios mais quentes, os alimentos eram colocados em buracos no chão, cobertos por palhas ou tecidos rústicos para manter sua conservação por curto período, já que a refrigeração era totalmente inexistente. O primeiro refrigerador doméstico comum (e improvisado) surgiu nos últimos anos do século XIX, na forma de caixas de gelo, fabricados em madeira e tendo no seu interior materiais térmicos como pele de animais, palha ou cortiça, longe do contato atmosférico do ambiente (digamos que é o pai da caixa de isopor).
Não é o seu guarda roupa... De fato, é uma geladeira... |
Jacob Perkins (1766-1849) foi o físico americano cujos experimentos científicos provaram a compressibilidade da água. Esta descoberta foi de grande importância, na medida em que a refrigeração funciona a partir do princípio da compressibilidade de um líquido. Este consiste numa rápida evaporação e na subsequente perda de energia que a mesma origina. Isto é, quando um líquido se evapora rapidamente, o recipiente que o detém sofre um inevitável arrefecimento, pois o vapor leva consigo grande parte da energia.
No início do século XIX, Oliver Evans elaborou o primeiro projeto de uma máquina de refrigeração, contudo este nunca chegou a ser posto em prática. Um tempo depois, Evans voltou a elaborar um projeto, desta vez tendo em conta o princípio da compressibilidade, e obteve a primeira patente de uma máquina deste tipo.
John Gorrie (19/03/1802 - 29/06/1855) médico americano, cientista, inventor e humanitário, passou sua vida tentando melhorar as condições de vida de seus pacientes. Em 1833, se mudou para a Flórida, uma cidade portuária na costa do Golfo do México, onde era médico residente em 02 hospitais. Estudava as doenças tropicais (especialmente a febre amarela) e sem conhecimento de microbiologia, advogava o aterramento de pântanos e uso de redes à noite. Pregava o esfriamento dos quartos hospitalares para reduzir a febre e deixar os pacientes mais confortáveis. Para isso, usava gelo em uma bacia suspensa no teto (aproveitando que o ar é gelado é mais pesado e descia aos pacientes até uma abertura próxima do chão). Como o gelo precisava ser trazido de barco dos lagos congelados do norte, e armazenados com serragem, Gorrie construiu em 1844 um refrigerador baseado nos projetos de Oliver Evans. Ele é considerado o pai do ar-condicionado. Em 1845, desistiu da prática médica para continuar seus projetos de refrigeração. Seu modelo original está até hoje no Instituto Smithsoniano.
A cervejinha cabia de boa nessa caixa de 1803... |
Até então, todas as geladeiras criadas eram usadas para fins industriais. O primeiro refrigerador doméstico aparentemente foi produzido em 1913 por Fred W. Wolf Junior em Chicago, chamado Domelre ( Domestic Eletric Refrigerator). Não foi um sucesso comercial, ao contrario da companhia Kelvinator, formada em maio de 1916. Os refrigeradores Kelvinator, como seus descendentes modernos, resfriavam usando uma bomba de calor de fase alternada. Só em 1925 foram fabricados os primeiros refrigeradores que continham numa mesma unidade a caixa de resfriamento e o motor, compressor e condensador (trio que antes existia separado, ao lado ou embaixo da geladeira.
O primeiro refrigerador a ter sucesso mundial foi um modelo da General Eletric (Monitor-Top) de 1927.
Mais de um milhão de unidades foram produzidas, muitas ainda funcionando atualmente. Essa geladeira usava dióxido de enxofre como refrigerante. Geladeiras no final dos anos 1800 até 1929 usavam gases tóxicos como refrigerantes. Exemplos eram a amônia (NH3), cloreto de metila (CH3CL), e dióxido de enxofre (SO2). Vários acidentes fatais ocorreram na década de 20 com o cloreto de metila que vazava das geladeiras. A indústria da refrigeração se uniu para produzir um gás mais seguro. Em 1928 um engenheiro americano, Thomas Midgley (18/05/1889 - 02/11/1944) desenvolveu os clorofluorcarbono (CFCs) como substituto para os gáses tóxicos. Ele produziu, especificamente, o freon (CCL2F2), que, por sem atóxico e não inflamável, foi usado também como propelente em aerossóis, e agente expansor para plásticos expansíveis, como o isopor. A partir de 1931 a DuPont® passou a produzir quantidades comercialmente viáveis de Freon, e em poucos anos ele se tornou o gás refrigerante padrão para todas as geladeiras no mundo.
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Fonte: www.historiadetudo.com/geladeira.html
www.geladeirasantigas.com.br/telas/historia.html
www.ruadireita.com/electrodomesticos/info/breve-historia-geladeira/