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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Besta de Gévaudan: O verdadeiro lobisomem ou o Totó perdido do Viking?

Uma estatua póstuma sobre a
criatura na floresta de Gévaudan, França
A Besta de Gévaudan (em francês Bête du Gévaudan) foi um animal feroz que aterrorizou a região francesa de Gévaudan no final do século XVIII. Do ponto de vista histórico, o animal é comprovado, tendo sido documentados os ataques, os corpos das vítimas, os sobreviventes descreveram o animal que os atacou, havendo registros de que o animal foi caçado, morto e teve seu corpo exibido na corte de Luís XV.
Segundo as descrições, sua pele tinha um tom avermelhado, e foi dito emitir um odor insuportável. Eles matavam suas vítimas rasgando suas gargantas com os dentes. O número de vítimas varia de acordo com fonte. De Beaufort (1787) estimou 210 ataques, resultando em 113 mortes e 49 feridos, 98 das vítimas  mortas foram parcialmente comidos

Cartaz de recompensa sobre a criatura,
oferecendo 2700 francos a quem
mata-se esse animal.
Gévaudan, zona que pertence a Languedoc (sul da França), foi desde sempre uma zona onde os ataques de lobos aos rebanhos eram frequentes. Porém, em 30 de junho de 1764 e pela primeira vez, uma jovem de 14 anos (Jeanne Boulet) é assassinada perto de Langogne, uma povoação pertencente ao departamento francês de Lozère. E depois dessa primeira vítima seguiram outras, tratando-se sempre de jovens (curiosamente, nenhum dos homens mortos passava dos dezesseis anos) e mulheres, cujos corpos se encontravam mutilados com uma violência desconhecida até então, decapitadas ou estripadas. Logo segue uma extensa lista de ataques.
Foram feitas na região numerosas investidas para caçar o animal, organizadas muitas vezes por nobres da zona, como o Marquês de Apcher ou o Conde de Morangias, mas sempre sem resultado. As notícias dos ataques da "besta" acaba chegando até a Corte, em Paris, e o rei Luís XV vê-se obrigado a responder de algum jeito às demandas cada vez mais insistentes dos camponeses, apesar de estar totalmente imerso na guerra pelas colônias da América contra a Inglaterra, pelo que decide oferecer seis mil libras de recompensa a quem matasse a besta.

A Besta  empalhada de Antoine:
Apresentado na corte do
Rei Luís XV.
Em 21 de setembro de 1765, foi abatido um grande animal que foi identificado como a “Besta”, por Antoine de Beauterne. Este animal pesava 64 quilos, tinha 87 centímetros de altura e 183 centímetros de comprimento total. O lobo foi chamado de Le Loup de Chazes. Antoine oficialmente declarou: "Nós declaramos pelo presente relatório, assinado por nossas mãos, que nunca vimos um lobo tão grande que poderia ser comparado a este, é por isso que nós estimamos esta poderia ser a besta temível que causou tanto dano." O animal foi empalhado e enviado para Versalhes, onde fora apresentado a corte do rei. Antoine foi consagrado como um herói, recebendo uma grande soma de dinheiro, bem como títulos e prêmios.

O animal abatido por Jean Chastel
Entretanto, em 2 de dezembro do mesmo ano, foram relatados novos ataques a duas crianças que ficaram gravemente feridas. Dezenas de casos de ataques foram novamente relatados. O assassinato da segunda criatura que, eventualmente, marcou o fim dos ataques é creditado a um caçador local, Jean Chastel, em Sogne d'Auvers em 19 de junho de 1767. Segundo os dados da época, este animal pesava 58 quilos, e foi morto com uma bala de prata benzida por um padre, sendo este o primeiro registro desse tipo de caçada, depois popularizada nas buscas ao lobisomem. Ao ser aberto, no estômago do animal foi mostrado para conter restos humanos.

Caçadores experientes, um cirurgião e o biólogo Buffon, que chegou a examinar a segunda carcaça, não duvidaram de que ambos eram lobos, ainda que com características estranhas. Os focinhos pareciam longos demais (mandíbula de 45 cm, medida pelas mordidas) e a cauda (22 cm na segunda Fera) muito curta para um verdadeiro lobo. Os padrões de cores também eram atípicos: o primeiro tinha a garganta branca, o segundo era avermelhado.
O animal em descrição digital,
Lobo? Lobisomem? Anomalia?
Ou o cachorrinho perdido do Bruto?
O comportamento era ainda mais atípico, pois não há notícias de outros lobos não-raivosos que atacassem sistematicamente seres humanos e era evidente que esses animais não eram hidrófobos, tanto pelo tempo que viveram, quanto pelo fato de que devoravam suas vítimas. Parece provável que ambas as Feras, ou pelo menos a segunda, fossem híbridos de lobos com grandes cães domésticos. Certos criptozoologistas sugerem que a Besta poderia ser uma reminiscência de um mesoniquídeo, observando como algumas testemunhas descreveram o animal, como um lobo enorme com cascos ao invés de patas e era maior do que qualquer lobo de tamanho normal.

Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre. pt.wikipedia.org/wiki/Besta_de_Gévaudan
Imagens: Google Imagem