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sábado, 12 de janeiro de 2013

Odin, Thor, Loki... Conheça os segredos das Religião Nórdica

Direto dos cafundó de Asgard, o Bruto trouxe uma matéria sinistra sobre a religião nórdica. Sim, aquela região em que o bacalhau é fresco e a cerveja é quente (Cruzes!!!), onde nosso viking veio com sua educação exemplar (como martelar as cabeças, arrotar nas refeições e causar fraudulências dentro do elevador). Esse texto é apenas um resumo dos contos nórdicos, se o leitor tiver interessado em conhecer mais sobre Odin e seus associados, aguardem algumas matérias futuras do blog ou leia um livro... Eh... Eh...

Odin. O papai da turma.
A mitologia nórdica é uma coleção de crenças e histórias compartilhadas por tribos do norte da Germânia (atual Alemanha) e dos reinos baixos (Noruega, Dinamarca e Suécia), sendo que sua estrutura não designa uma religião no sentido comum da palavra, pois não havia nenhuma reivindicação de escrituras que fossem inspirados por algum ser divino. A mitologia foi transmitida oralmente principalmente durante a Era Viking, e o atual conhecimento sobre ela é baseado especialmente nos Eddas e outros textos medievais escritos pouco depois da cristianização.
No folclore escandinavo estas crenças permaneceram por mais tempo, e em áreas rurais algumas tradições são mantidas até hoje, recentemente revividas ou reinventadas e conhecidas como Ásatrú ou Odinismo. A mitologia remanesce também como uma inspiração na literatura, assim como no teatro, na música e no cinema.
Thor e o seu martelinho.
Deve ser difícil bater um prego...
A família é o centro da comunidade, podendo ser estreitamente relacionada com a fertilidade-fecundidade quanto com a agressividade de um povo hostil e habituado a guerras, em uma sociedade totalmente rural que visa a prosperidade e a paz para si. Deste modo, a religião é muito mais baseada no culto do que no dogmatismo ou na metafísica, uma religiosidade baseada em atos, gestos e ritos significativos, muitas vezes girando em torno de festividades a certos deuses, como Odin e Tîwaz (identificado por alguns estudiosos como predecessor de Odin).
Pode-se dizer que a religião viking não existia sem um ritual e abordava exclusivamente o culto aos ancestrais; era uma religião que ignorava o suicídio, o desespero, a revolta e mais do que tudo, a dúvida e o absurdo. Segundo alguns autores, era "uma religião da vida"

Asgard: A morada dos deuses
No qual o aluguel é pago em
suaves prestações...
Na mitologia nórdica (ou mitologia anglo-saxônica), se acreditava que a terra era formada por um enorme disco liso. Asgard, onde os deuses viviam, se situava no centro do disco e poderia ser alcançado somente atravessando um enorme arco-íris (a ponte de Bifrost). Os gigantes viviam em um domicílio equivalente chamado Jotunheim (Casa dos Gigantes). Uma enorme ábade no subsolo escuro e frio formava o Niflheim, que era governada pela deusa Hel. Este era a moradia eventual da maioria dos mortos. Situado em algum lugar no sul ficava o reino impetuoso de Musphelhein, repouso dos gigantes do fogo. Outros reinos adicionais da mitologia nórdica incluem o Alfheim, repouso dos elfos luminosos (Ljósálfar), Svartalfheim, repouso dos elfos escuros, e Nidavellir, as minas dos anões. Entre Asgard e Niflheim estava Midgard, o mundo dos homens (a Terra Média).

Conheça alguns deuses nórdicos: 


ODIN - Devido ao seu amor pela batalha, é o principal deus da mitologia nórdica - nascida em países do norte da Europa, como Suécia, Dinamarca e Islândia. Odin é o mais velho e sábio dos deuses. Com só um olho bom, ele vive com dois corvos em seus ombros: Huginn (pensamento) e Muninn (memória), que simbolizam a busca pelo conhecimento.

LOKI - "Pai das Mentiras", é parte gigante, parte deus. Às vezes é mostrado como irmão de Thor, mas na mitologia tradicional é irmão adotivo de Odin. Tem caráter maligno, mas traz equilíbrio ao panteão dos deuses.

FRIGG - Mulher de Odin, a deusa da fertilidade veste um manto que parece com as nuvens - e que muda de cor de acordo com seu humor. Representa a feminilidade e era invocada pelas mulheres nos partos.

HEL - Filha de Loki com uma gigante de gelo, é a deusa de Niflheim, a terra dos mortos. Descrita como uma figura de feições sempre sombrias, é viva da cintura para cima e morta da cintura para baixo.

THOR - O deus do trovão, é filho de Odin com outra deusa (Fjorgyn). Muito forte, tem como arma um martelo mágico. É o grande guerreiro dos deuses contra seus principais inimigos, os gigantes de gelo.
Bragi, poeta poetinha...

BRAGI - Filho de Odin com uma gigante, é deus da poesia, o porta-voz e mensageiro dos deuses. Bom de "discurso", tem o nome citado nos brindes que antecedem a narração de grandes histórias.

TYR - Filho de Odin e Frigg, tem força e coragem, e lidera os deuses nas batalhas. Sacrificou uma das mãos para o lobo Fenrir (filho de Loki) para manter a paz entre os deuses após mais uma das brigas entre eles.

BALDER - Outro filho de Odin e Frigg, é o mais belo, misericordioso e justo dos deuses. Espalha paz onde quer que ande. Por ser o deus mais amado e popular, tornou-se um dos alvos preferidos das intrigas de Loki.

NJORD - Protetor dos navegadores, escolheu viver em Asgard após firmar uma paz com Odin. Os que o adoram navegam tranqüilos e têm boa sorte no nascimento dos filhos.

SKADI - Deusa do Inverno. Skadi foi para Asgard para se vingar da morte do pai, um gigante. Temendo um confronto, os deuses colocaram os olhos do pai dela como estrelas no céu e lhe ofereceram Njord como marido.

FREYA - Filha de Njord e Skadi. Deusa da luxúria, é uma mulher sensual. Amante de magia e feitiçaria, ela pode tomar a forma de um pássaro para viajar ao mundo dos mortos e trazer profecias.

FREYR - O irmão de Freya é o deus da abundância. Decide quando a chuva cai, dá fartura aos frutos da terra, e é invocado na paz e na prosperidade. Possui um barco capaz de carregar todos os deuses.

FORSETI - O deus da justiça é filho de Balder e define as disputas entre os deuses e os humanos. Na mitologia, nunca falhou em um acordo. Falando por horas a fio, sempre convence os deuses pelo cansaço.

Outros deuses:

  • Aegir - deus do mar
  • Balder - deus da paz e do renascer
  • Dag - deus do dia
  • Delling - deus do alvorecer
  • Eir – deusa da cura
  • Freyr - deus do sol e da virilidade.
  • Gefjun – deusa da Fertilidade e dos Arados
  • Hlín - deusa da consolação
  • Höðr - deus do Inverno
  • Hœnir - Deus do silêncio
  • Jörð - deusa da Terra
  • Kvasir - deus da Inspiração e da eloquência sábia
  • Lofn - deusa do Amor
  • Máni - deus da Lua
  • Magni - deus da força
  • Modi - deus da fúria
  • Nehallenia – deusa da Abundância
  • Nerthus - deusa da Terra
  • Njörd - deus do Mar, do Vento, e dos navios
  • Verdandi - deusa do tempo presente
  • Skuld - deusa do futuro
  • Nótt - deusa da noite
  • Ran - deusa do Mar
  • Sif - deusa da fertilidade da terra
  • Sjöfn - deusa do Amor
  • Snotra - deusa da prudência
  • Ullr - deus das Habilidades, da Caça
  • Váli - deus da vingança
  • Var - deusa do Contrato
  • Ve - mm dos deuses da criação
  • Vili - mm dos deuses da criação
  • Vör - deusa da Sabedoria e da Verdade


O Völuspá: a origem e o final do mundo

Odin na conjuração do Völva
(_E ai mina, ainda rola uma cerveja?)
A origem e o final eventual do mundo são descritas em Völuspá ("A profecia dos Völva" ou "A profecia de Sybil"), um dos poemas mais impressionantes no Edda poético. Estes versos assombrados contêm uma das mais vívidas criações em toda a história religiosa e representa a destruição do mundo, cuja originalidade está na sua atenção aos detalhes.
No Völuspá, Odin, deus principal do panteão dos nórdicos, conjura do espírito de um Völva morto (Shaman ou Sybil) e requer que este espírito revele o passado e o futuro. O espírito se mostra relutante: "O que você pede de mim? Porque você me tenta?"; mas como ela se encontra morta, não mostra nenhum medo de Odin, e continuamente o pergunta, de forma grosseira: "Bem, você quer saber mais?" Mas Odin insiste: se deve cumprir sua função como o rei dos deuses, deve possuir todo o conhecimento. Uma vez que o sybil revela os segredos de passado e de futuro, cai para trás em forma de limbo: "Eu dissiparei agora".

O passado
Odin e seus irmãos criam o mundo.
(Aê galera! Quem disse que pra
fazer esse mundo é moleza?)
No início havia somente o mundo das névoas, Niflheim e o mundo de fogo, Musphelhein, e entre eles havia o Ginungagap, "um grande vazio" no qual nada vivia. Em Ginungagap, o fogo e a névoa se encontraram formando um enorme bloco de gelo. Como o fogo de Musphelhein era muito forte e eterno, o gelo foi derretendo até surgir a forma de um gigante primordial, Ymir, que dormiu durante muitas eras. O seu suor deu origem aos primeiros gigantes. E do gelo também surgiu uma vaca gigante, Audumbla, cujo leite jorrava de suas tetas primordiais em forma de 4 grandes rios que alimentavam Ymir. A vaca lambeu o gelo e libertou o primeiro deus, Buro, que foi pai de Borr, que por sua vez foi pai do primeiro Æsir, Odin, e seus irmãos, Vili e Ve. Então, os filhos de Borr, Odin, Vili e Ve, destroçaram o corpo de Ymir e, a partir deste, criaram o mundo. De seus ossos e dentes surgiram as rochas e as montanhas e de seu cérebro surgiram as nuvens.
Os deuses regularam a passagem dos dias e noites, assim como das estações. Os primeiros seres humanos eram Ask (carvalho) e Embla (olmo), que foram esculpidos em madeira e trazidos à vida pelos deuses Odin, Honir/Vili e Lodur/Ve. Sol era a deusa do sol, filha de Mundilfari e esposa de Glen. Todo dia, ela montava através do céu em sua carruagem puxada por dois cavalos nomeados Alsvid e Arvak. Esta passagem é conhecida como Alfrodul, que significa "glória dos elfos", que se tornou um kenning comum para o sol. Sol era perseguida durante o dia por Skoll, um lobo que queria devorá-la. Os eclipses solares significavam que Skoll quase a capturava. Na mitologia, era fato que Skoll eventualmente conseguia capturar Sol e a devorava; entretanto, a mesma era substituída por sua filha. O irmão de Sol, a lua, Mani, era perseguido por Hati, um outro lobo. Na mitologia nórdica, a terra era protegida do calor do sol por Svalin, que permanecia entre a terra e a estrela. Nas crenças nórdicas, o sol não fornecia luz, que emanava da juba de Alsvid e Arvak.
A Sybil descreve a enorme árvore que sustenta os nove mundos, Yggdrasil e as três Nornas (símbolos femininos da fé inexorável, conhecidas como Urðr (Urdar), Verðandi (Verdante) e Skuld, que indicam o passado, a atualidade e futuro), as quais tecem as linhas do destino. Descreve também a guerra inicial entre o Æsir e o Vanir e o assassinato de Balder. Então, o espírito gira sua atenção ao futuro.

O futuro
O Ragnarök, a última luta dos deuses
(Quero ver quem vai arrumar essa bagunça
quando acabar...)
A visão antiga dos nórdicos sobre o futuro é notavelmente sombria e pálida. No final, as forças do caos serão superiores em número e força aos guardiões divinos e humanos da ordem. Loki e suas crianças monstruosas explodirão suas uniões; os mortos deixarão Niflheim para atacar a vida. Heimdall, guardião das divindades, convocará os deuses com o soar de sua trombeta de chifre. Se seguirá uma batalha final entre ordem e caos (Ragnarök), que os deuses perderão, como é seu destino. Os deuses, cientes de sua sina, recolherão os guerreiros mais finos, o Einherjar, para lutar em seu lado quando este dia vier. No entanto, no final, seus poderes serão pequenos para impedir que o mundo caia no caos onde ele se emergiu, e os deuses e seu mundo serão destruídos. Odin será engolido por Fenrir, o lobo. Mesmo assim, ainda haverá alguns sobreviventes, humanos e divinos, que povoarão um mundo novo, para começar um novo ciclo. Ou assim Sybil nos diz; os estudiosos ainda se dividem na interpretação das últimas estrofes e deixam em dúvida se esta não foi uma adição atrasada ao mito por causa da influência cristã. Se a referência for anterior a cristianização, o mito do final dos tempos do Völuspá pode refletir uma tradição indo-europeia que se deriva dos mitos do zoroastrismo persa.

As influências dos deuses na data modernas:

_Aê, Vê um suco de maracujá caprichado.
_Só tem Fanta uva!
Os deuses germânicos deixaram traços no vocabulário moderno. Um exemplo desta influência é alguns dos nomes dos dias da semana. A influência se deu após os nomes dos dias da semana serem desenvolvidos e espalhados pela língua dominante antiga, o latim, que definia os dias como Sol, Lua, Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno. Os nomes de terça-feira a sexta-feira foram substituídos completamente pelos equivalentes germânicos dos deuses romanos. Em inglês, Saturno não foi substituído, enquanto sábado foi renomeado após a definição do sabbath em alemão, e é chamado "dia da lavagem" na Escandinávia.
  • Segunda-feira Montag Monday dia da Lua
  • Terça-feira Dienstag Tuesday dia de Tyr
  • Quarta-feira Mittwoch Wednesday Meio da Semana, dia de Odin
  • Quinta-feira Donnerstag Thursday dia do trovão, dia de Thor 
  • Sexta-feira Freitag Friday dia de Freyja
  • Sábado Samstag Saturday Sabá (alemão), dia de Saturno (inglês)
  • Domingo Sonntag Sunday dia do Sol
Mais recentemente, surgiram tentativas na Europa e nos Estados Unidos de reviver a velha religião pagã sob o nome de Ásatrú ou o Heathenry. Na Islândia, o Ásatrú foi reconhecida pelo estado como uma religião oficial em 1973, que legalizou suas cerimônias da união, nomenclatura dada às crianças e outros tipos de cerimoniais. É também reconhecida com uma religião oficial e legal na Dinamarca e na Noruega, apesar de recente.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Mitologia_n%C3%B3rdica